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COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

in jornal "Público" (edição de 28/11/2008)

  

«O Orçamento em discussão para 2009, a ser aplicado tal qual, e mesmo sem agravamento da crise, colocaria o défice próximo dos quatro por cento, sem receitas extraordinárias. Ou seja, a sustentabilidade das finanças públicas nacionais em 2009 voltará a ser um problema próximo do verificado em 2005».
 
Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças deste Governo
 
Resumindo e concluindo: segundo o insuspeito ex-ministro das Finanças deste Governo, o Governo andou a exigir sacrifícios aos portugueses durante quatro anos para chegar ao fim do seu mandato e deixar o país na mesma situação em que estava em 2005, ou seja, no tempo do tão criticado Governo de Santana Lopes.
  
E isto se não houver agravamento da crise internacional, porque, se houver agravamento da crise internacional (e vai haver agravamento, como toda a gente sabe), ainda vai deixar o país numa situação pior.
29 Nov, 2008

EDUCAÇÃO (painel)

 JOSÉ BATISTA ASCENÇÃO

 
«E fico estupefacto quando me obrigam a participar em longas reuniões para, entre outras coisas, decidir se nas escolas devem ou não existir maquinetas de preservativos. (...) Preferia que a escola preparasse os alunos, de modo a que chegassem ao ensino secundário a ler (obrigatoriamente) bem. Então, ser-lhes-ia fácil obter os preservativos na máquina da farmácia mais próxima, podendo entender e seguir adequadamente as instruções do rótulo.»
 
HENRIQUE MONTEIRO
 
«Não somos obrigados a aturar experiências pedagógicas. Não podemos tolerar que o Estado, através de maus exemplos, contrarie a educação normal que cada pai dá aos seus filhos. Temos o direito de não aturar esta gente e este ministério da Deseducação.»
 
LASLO BÖLÖNI
 
«Devemos atender à formação individual do jogador, à sua formação táctica, mas também à formação intelectual do homem e do seu comportamento. Dou-vos um exemplo: uma vez chamei ao meu gabinete um jogador da equipa B, para lhe dizer, que ele não pode falar comigo de mãos nos bolsos. Estas coisas devem ser ensinadas o mais cedo possível.»
 
PEDRO STRECHT
 
«A escola tornou-se um depósito de crianças e adolescentes, de que parece ser bom exemplo a ideia da diminuição de alguns períodos de férias. Prejudica-se a necessidade de lazer, num bom e honesto equilíbrio com o dever do trabalho, por causa das posições dos adultos.»
28 Nov, 2008

SE

por António Belém Coelho

 
Se a equipa dirigente do Ministério da Educação e os responsáveis governamentais tivessem o mínimo de seriedade no que respeita à promoção dos Professores mais qualificados, nunca teriam dividido a classe em duas, com critérios que efectivamente deram lugar às maiores injustiças.
 
Teriam começado por negociar uma avaliação justa e objectiva em igual grau para todos e expor a sua vontade, baseada em critérios e limites financeiros de só os melhores 30%, 40% ou lá o que fosse, poderem por mérito, ascender ao topo da carreira.
 
Mas fez exactamente o contrário! Dividiu primeiro e quis avaliar depois!
 
Se a equipa dirigente do Ministério da Educação e os responsáveis governamentais tivessem o mínimo de seriedade no que respeita à promoção dos Professores mais qualificados, avaliá-los-iam sobretudo por aquilo que gostam de fazer e fazem bem: dar aulas, ensinar.
 
Mas em vez disso preferiram centrar-se no desempenho de cargos, que necessários que são, não podem ofuscar o verdadeiro e mais importante trabalho do Professor.
 
Se a equipa dirigente do Ministério da Educação e os responsáveis governamentais tivessem o mínimo de seriedade no que respeita à promoção dos Professores mais qualificados, avaliá-los-iam por toda a sua carreira, desde o início.
 
Mas o que realmente fizeram foi só considerar os últimos sete anos e desses, relevar quase tudo menos o contacto mais directo com os alunos, em sala de aula.
 
Se a equipa dirigente do Ministério da Educação e os responsáveis governamentais tivessem o mínimo de seriedade no que respeita à implementação de um sistema de avaliação de Professores, ter-se-iam sentado à mesa com as suas estruturas e definido as linhas gerais de uma avaliação justa e objectiva em igual grau para todos.
 
Nunca teriam cozinhado no interior dos gabinetes uma avaliação geradora de desigualdades de Escola para Escola e mesmo dentro da mesma Escola, de Departamento para Departamento e mesmo dentro do mesmo Departamento.
 
Se a equipa dirigente do Ministério da Educação e os responsáveis governamentais tivessem o mínimo de seriedade no que respeita à implementação de um sistema de avaliação de Professores nunca nela teriam incluído itens de avaliação referentes às notas dos alunos no ano anterior e sobre o abandono e absentismo escolares.
 
Tal é equivalente, a por exemplo, querermos avaliar os Juízes pelo cadastro dos julgados que lhes calham e também pelo grau de regeneração que possam vir a evidenciar.
 
Ou, por exemplo, querer avaliar os médicos pelo historial clínico dos doentes que lhes cabem e pela evolução mais favorável ou menos favorável de cada um dos doentes.
 
Se a equipa dirigente do Ministério da Educação e os responsáveis governamentais tivessem o mínimo de seriedade no que respeita à implementação de um sistema de avaliação de Professores nunca recorreriam a um modelo kafkiano no que respeita à burocracia infindável da sua aplicação (para além de tudo o resto).
 
Teria implementado, à semelhança do que já existe por exemplo em muitas outras classes da função pública, por um modelo burocraticamente simples, pois o tempo de trabalho de chefias e subordinados tem que ser rentabilizado naquilo que efectivamente devem fazer.
           
 Se…

in jornal "O Mirante" (edição de 27/11/2008)

 

O PSD de Abrantes congratula-se com a demissão da Provedora Municipal do Cidadão que, no seu entender, nunca devia ter assumido o cargo por ser presidente da Assembleia de Freguesia de São Vicente e ter prestado serviços ao município como advogada em regime de avença. O que, para o PSD, representou uma “triste situação do ponto de vista ético”. 

 

Ana Paula Milho, militante socialista, foi nomeada para o cargo em Janeiro de 2007 pelo presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Nelson Carvalho (PS), substituindo no cargo o coronel Maximino Chaves. O nome mereceu a aprovação do executivo camarário e da assembleia municipal, ambos com maioria socialista, apesar da contestação do PSD local. 

 

No blog do candidato do PSD à Câmara de Abrantes, Santana-Maia Leonardo revela que, caso seja eleito, compromete-se a “garantir a independência e a credibilidade do cargo de Provedor Municipal do Cidadão”. Nesse sentido promete que “o nome será escolhido pela assembleia municipal de entre os nomes propostos pelos partidos da oposição” e que “o exercício de qualquer cargo político ou de relações profissionais com o município será considerado condição de não elegibilidade”.

27 Nov, 2008

O PSD E OURÉM

Santana-Maia Leonardo

Alguns dirigentes do PSD ficaram muito melindrados com a minha intervenção em Ourém na qual considerei inadmissível o silêncio da direcção do partido face à gravidade dos factos ocorridos na Assembleia Regional da Madeira. 

Infelizmente os partidos políticos enfermam hoje dos mesmos vícios das famílias modernas. Ou seja, quando se trata de criticar os filhos dos outros, ninguém os cala, mas, quando se trata dos seus filhos, ninguém os ouve falar, a não ser para justificar as suas tropelias.

Eu não penso assim. Pelo contrário, considero que um partido, para ter credibilidade, não pode exigir aos outros aquilo que ele próprio não é capaz de exigir aos seus e de pôr em prática.

Todos nós sabemos, por experiência própria, que o Partido Socialista é um partido com vocação de poder terceiro-mundista que tem, na democracia de Hugo Chávez, a sua grande referência programática e ideológica.

Mas a verdade é que, não só na Madeira mas também nalgumas câmaras do continente, não se consegue distinguir a governação social-democrata, defensora dos valores das democracias liberais, das governações autocráticas socialistas, que espezinham e perseguem todos aqueles que não veneram o seu poder.

Os valores da democracia liberal (ou seja, a liberdade de expressão e de imprensa, os direitos das minorias e da oposição, etc.) não podem ser usados apenas como arma de arremesso quando o PSD está na oposição. Pelo contrário, devem ser uma bandeira hasteada e empunhada por todos os governantes e autarcas sociais-democratas, no exercício das suas funções.

E se o PSD não percebe isso, o melhor será deixar cair o «D».  

por Luís Ablú Dias

 
Com esta teimosia de querer inaugurar qualquer coisa já começa a ser evidente que este executivo municipal só pretende dar música à população. Ligar as luzes de Natal já se tornou uma tradição, tal como qualquer outra a festa.
 
A verdade é que não estou a criticar os eventos ou as iniciativas (que têm o seu mérito), mas deviam ser concretizadas outras obras fundamentais para os munícipes deste concelho, como forma de combater a desertificação, como, por exemplo, terminar, de uma vez por todas, o saneamento básico que ainda falta, arranjar soluções para permitir que os jovens possam construir as suas habitações nas suas terras, sem ser necessário vir para a cidade que, por vezes, nem é a nossa mas sim para outros concelhos que geralmente são os limítrofes.
 
Faz falta uma política séria e visível para todo concelho de Abrantes. Sabemos que, em termos de votos, algumas freguesias contam pouco para o peso eleitoral do concelho. Talvez, por isso, não são beneficiados com nada de nada.
 
As juntas de freguesia ou fazem o que mandam os senhores da câmara de Abrantes ou, então, começam a ser desprezadas ou mesmo esquecidas nas suas reivindicações. Se forem da cor contrária, estão ainda em pior situação, sejam eles quem forem. No final de tudo, quem paga a factura são os habitantes das freguesias, em particular, e o concelho de Abrantes. em geral.

Qualquer dia as populações das freguesias revoltam-se e sobem à cidade de Abrantes para mostrar o seu desagrado e decepção a este executivo socialista. Só são lembradas ou em dias de festa, em que é sempre bom aparecer alguém do executivo, ou, então, em campanha eleitoral na perfeita sensação de caça ao voto. O povo parece calmo e sereno, mas não é parvo e muito menos deixa de sentir o desprezo e abandono a que foram e estão sujeitos.
 
Aqui sim, nestas freguesias felizmente os presépios e a árvore de Natal são genuínas e reveladores do verdadeiro espírito de Natal, aquele que deveremos ter sempre presente: o de saber dar e receber.
 
O que estas pessoas querem é, tão-só e apenas, algum conforto e respeito por quem também trabalha e muito, andando há anos à espera de uma atenção da câmara de Abrantes porque também são, somos todos abrantinos.
 
Não podemos esquecer que pagamos todos os nossos impostos e todos honramos os nossos compromissos.
 
Às vezes penso que estou a ser injusto, pois eles afinal lembram-se de nós, principalmente em altura de eleições.
 
Aproximando-se esta época Natalícia, desejo a todos um Santo e Feliz Natal.

Defendemos uma política de integração nas freguesias que permita aos jovens estabelecerem-se na terra de onde são naturais, porque este é o único caminho para a afirmação de Abrantes como verdadeira potência regional.

 

O crescimento da cidade de Abrantes não se pode fazer à custa das freguesias.

 

Pelo contrário, o crescimento da cidade de Abrantes decorrerá necessariamente do desenvolvimento harmonioso de todo o concelho e das suas freguesias.

25 Nov, 2008

A NOSSA ECONOMIA

por António Belém Coelho

 
A Direcção Distrital das Finanças de Santarém, com o necessário aval da Direcção Geral das Contribuições e Impostos, resolveu efectuar um levantamento das dívidas das empresas a nível distrital, por concelho, e dos respectivos créditos em relação ao Estado.
 
Posteriormente contactaram as empresas em causa, no sentido de liquidarem as suas responsabilidades e dando-lhes a hipótese de um acerto de contas entre dívidas e créditos, o que a par das condições leoninas das primeiras pode efectivamente possibilitar algum pagamento e amortização da situação.
 
Só que este procedimento já poderia e deveria ter sido efectuado há mais tempo; não se nos afigura, voltamos a dizer, apesar da vantagem agora existente na compensação de contas, que a grande maioria das empresas tenha neste momento condições de tesouraria que o permitam, sobretudo nesta época de conjuntura depressiva e de proximidade de pagamentos mais especiais, sobretudo os referentes ao subsídio de Natal.
 
Os números envolvidos já foram publicados em mais que um meio de comunicação e devem ser preocupantes para a realidade económica do nosso concelho.
 
Em termos de dívidas de grandes empresas, somos o concelho que maior dívida tem; cerca de 20 milhões e 400 mil euros, num total de 56 milhões e 400 mil euros. Ou seja, no global da dívida das grandes empresas ao Estado nos 21 Concelhos do Distrito, o Concelho de Abrantes é responsável por cerca de 36% da mesma!
 
Verdade se diga que Abrantes é também o concelho em que as grandes empresas têm créditos sobre o Estado, mas mesmo falando em números líquidos (dívida – créditos), ou seja, efectuando o encontro de contas, ficamos em segundo lugar, logo a seguir a Torres Novas, sendo mesmo assim responsáveis por 30% deste montante.
 
Quanto à dívida originária nas pequenas e médias empresas, aí o panorama é muito mais favorável, na medida em que o concelho representa apenas cerca de 4% da dívida total e igualmente dos montantes apurados após o encontro de contas.
 
Esta situação, nomeadamente a referente às grandes empresas, e a continuação do esforço do Estado (legítimo) em recuperar o valor das dívidas, aliado à presente conjuntura de crise que vivemos, faz-nos pois pensar muito seriamente se o nosso tecido empresarial estará em condições de aguentar estes múltiplos embates, ou se à semelhança de outras regiões do mundo e também do País, não poderemos ter algumas surpresas menos agradáveis.
 

Lembremo-nos que o crédito bancário, por via dos recentes acontecimentos e também por via de se destinar fundamentalmente às empresas de dimensão nacional que concorram e executem as grandes obras perspectivadas, já está em contracção e já não são poucas as pequenas e médias empresas que viram créditos já em fase última de negociação, negados.

por Rui André

 

Muitos políticos opinam sobre eventuais projectos que poderiam ser realizados nesta ou naquela freguesia. O financiamento do Estado é bastante reduzido e deixa aos órgãos eleitos sem qualquer fundo de maneio para realizar algumas obras de melhorias.
 
As freguesias lutam no dia a dia com os seus recursos humanos e materiais insuficientes para fazer face às limpezas e algumas obras de conservação. O dinheiro que o Estado entrega às freguesias é relativo ao montante proporcional entre o número de eleitores e a área geográfica.
 
Para o ano de 2009, as freguesias do concelho de Abrantes vão receber, de uma forma faseada as seguintes quantias monetária:
 
Abrantes (São João) - 33 773 euros
Abrantes (São Vicente) - 127 578 euros
Aldeia do Mato - 37 633 euros
Alferrarede - 62 901 euros
Alvega - 59 220 euros
Bemposta - 136 538 euros
Carvalhal - 33 858 euros
Concavada - 32 902 euros
Fontes - 40 172 euros
Martinchel - 29 635 euros
Mouriscas - 50 372 euros
Pego - 56 946 euros
Rio de Moinhos - 39 365 euros
Rossio ao Sul do Tejo - 40 319 euros
São Facundo - 66 426 euros
São Miguel do Rio Torto - 74 255 euros
Souto - 26 726 euros
Tramagal - 65 321euros
Vale das Mós - 35 385 euros
 
ABRANTES (Total município) - 1 049 325 euros *
 
Nestas condições financeiras, torna-se muito difícil fazer um bom trabalho, sendo necessária muita imaginação, criatividade e persistência do executivo para conseguir fazer algo de positivo nas freguesias.
 
Outra forma de conseguir mais apoio material ou financeiro é através de protocolos de delegações de competências entre a Câmara Municipal e as freguesias. Embora existem os habituais protocolos com todas as Juntas de Freguesia, em diversas áreas de intervenção, existem outros pontuais que podem ser negociados entre ambos.
 
Aqui é que está o problema. Nem todas são tratadas de igual forma.
 
Urge uma política diferente e mais justa para com todas as freguesias do concelho. Todas elas merecem ser tratadas de forma equitativa independentemente da sua cor partidária.
 

por Santana Maia

 

Devemos pôr as barbas de molho, quando vemos as do nosso vizinho a arder. Este é um ditado popular que qualquer pessoa prudente devia seguir. Mas o português, em regra, nem com os seus próprios erros aprende quanto mais com os erros dos outros…
 
E as nossas colectividades desportivas são disso um bom exemplo.
 
Portugal, não nos iludamos, é um pequeno e pobre país com mercado apenas para sustentar três clubes de futebol profissional: Benfica, Porto e Sporting. Tudo o resto é pura ilusão. Basta, aliás, folhear um jornal desportivo para constatar isso mesmo. Ninguém quer saber dos outros clubes. Não têm leitores, nem adeptos (excepção feita aos dois Vitórias).
 
Os restantes têm existência virtual e servem apenas para permitir que o campeonato tenha mais do que seis jornadas. Aliás, estes clubes vivem literalmente de balões de oxigénio que lhe são proporcionados pela vaidade dos autarcas e dos governos regionais e pelas receitas televisivas e de bilheteira dos jogos com os três grandes.
 
Fora estes três jogos, o resto do campeonato fazem-no com o estádio às moscas e sem ninguém se importar com o que lá se passa. Quem é que quer saber se o golo da Naval contra o Paços de Ferreira foi obtido ou não em fora de jogo?
 
Mas, se estes clubes virtuais se resumissem à I Liga, estávamos nós bem. O problema é que, até nos distritais, o paradigma é o mesmo. Não há clube de futebol da mais remota aldeia de Portugal que a sua razão de ser não seja a de proporcionar aos seus dirigentes o poderem brincar, nas horas livres, aos Pintos da Costa e aos Luís Filipe Vieiras.
 
O pior é que a brincadeira sai quase sempre cara e sem proveito para ninguém. Mas se a brincadeira fosse suportada pelo bolso dos dirigentes, ainda vá que não vá. Cada um gasta o dinheiro como quer. Acontece que, na maioria das vezes, estas brincadeiras são suportadas pelos contribuintes, através das juntas de freguesia e das câmaras municipais, o que não é admissível. Há equipas de província que chegam ao ponto de não ter um único jogador da terra na equipa titular, quando são suportadas quase integralmente pelas autarquias.
 
É verdade que o sucesso, mesmo efémero, sempre embriaga... O pior, depois, é acordar da ressaca. Os nossos clubes de província querem ser estrelas mas têm, em regra, a vocação de cometas. Aparecem, dão muita luz e desaparecem.
 
Os clubes têm de aprender a viver de acordo com as suas possibilidades, caso contrário sucede-lhes o mesmo que ao sapo que, na fábula, quis ser boi.
 
Além disso, no país inteiro, existem milhões de pessoas (dos 7 aos 77 anos) que necessitam de formação desportiva. Urgentemente. E quando falo em formação desportiva, estou a colocar a tónica, obviamente, mais na formação do atleta como homem do que na formação do homem como atleta.
 
Era, neste campo, precisamente, que as nossas colectividades se deviam empenhar e procurar a sua verdadeira vocação porque, mais importante do que ganhar campeonatos distritais e da terceira divisão, é formar homens e mulheres com letra grande.
 
E, aqui sim, todo o dinheiro é bem gasto. Não há melhor investimento, nem investimento mais reprodutivo, do que nas infra-estruturas humanas.

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