Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

Filósofo e político conservador irlandês

nasceu a 12 de Janeiro de 1729  e faleceu em 9 de Julho de 1797

edmund-burke-1.jpg

«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez só porque podia fazer muito pouco.»

«O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles  que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que o vêem fazer e deixam acontecer.»

«A aristocracia natural é uma voz permanente, serena mas firme, num oceano de mudança, que simplesmente aguarda o regresso do bom senso e do bom gosto.»

«O rei pode fazer um nobre, mas não um gentleman.»

«É irresponsável sacrificar uma geração em prol do bem da nação, empurrar comunidades inteiras para a pobreza ou destruir instituições que funcionam bem para assegurar um estado supostamente paradisíaco no futuro longínquo»

«Quando a estabilidade do navio é colocada em perigo por um excesso de peso num dos seus lados, estou disposto a levar o pequeno peso que representam as minhas razões para o lado oposto a fim de tentar estabelecer o equilíbrio»

«No meio de um povo geralmente corrupto a liberdade não pode durar muito.»

«A nossa pátria, para se fazer amar, deve ser amável.»

«Todas as sociedades precisam de um poder de controlo vindo de algum lugar: quanto menos ele vem de dentro, da adopção voluntária, mais ele virá de fora, da imposição de um poder central.»

«Quem confunde o bem com o mal é inimigo do bem.»

«O mundo moral admite monstros que o mundo físico rejeita.»

«A duração [das tradições e das instituições] não é valiosa para aqueles que pensam que pouco ou nada foi feito antes do seu tempo.»

«As pessoas não serão capazes de olhar para a posteridade se não tiverem em consideração a experiência dos seus antepassados.»

«As tradições são o banco geral e o capital das nações e das eras.» 

«Nunca  a Natureza afirma uma coisa e a sabedoria outra porque a lei da Natureza é a lei de Deus.» 

«A arte é a natureza do homem.» 

«Odeio a tirania. Mas odeio-a sobretudo quando são muitos os que estão envolvidos nela. A tirania de uma multidão é uma tirania multiplicada.»

«Em todos os governos, o mais seguro teste de excelência é a publicidade da sua administração, porque onde quer que haja secretismo, está implícita injustiça.»

«Sempre que há mistério em qualquer assunto de governação, deve presumir-se que há fraude; sempre que há encobrimento em matéria de dinheiro, deve presumir-se que houve má administração.»

«A harmonia social só é possível quando o povo se tiver esvaziado de toda a cobiça da sua vontade egoísta, coisa que, sem religião, é absolutamente impossível que consiga realizar.»

«A glória e a felicidade de um representante devem consistir em viver em estreita união, na mais estreita correspondência e na mais franca comunicação com os seus eleitores. É seu dever sacrificar o seu repouso, o seu prazer, as suas satisfações às deles e, acima de tudo, sempre e em qualquer caso, preferir o interesse deles ao seu. Mas não deve sacrificar-vos a sua opinião isenta, o seu juízo maduro, a sua consciência esclarecida; nem a vós, nem a homem nenhum, nem a nenhum grupo de homens existente. O vosso representante deve-vos, não apenas a sua diligência, mas o seu discernimento, e trai-vos, em vez de vos servir, se o sacrificar à vossa opinião.»

«Nunca existiu um homem que pensasse que não havia outra lei senão a sua própria vontade, que não descobrisse rapidamente que não tinha outro fim para as suas acções senão o seu próprio lucro. Todos os homens detentores de um poder incontrolado e discricionário que conduzisse ao engrandecimento e proveito da sua própria pessoa, acabaram sempre por abusar dele.»

«O candidato, em vez de confiar a sua eleição ao testemunho do seu comportamento no Parlamento, deve confiá-la ao testemunho de uma larga soma de dinheiro, ao poder de servir e cortejar os dirigentes das corporações, e de conquistar os dirigentes populares dos clubes políticos, das associações e dos bairros. Em quase todas as eleições de que tive conhecimento, era dez vez mil vezes mais necessário mostrar que se era um homem de poder do que se mostrar que se era um homem íntegro.»

«A lei humana pode ser rectamente mudada, na medida em que essa mudança responda a uma utilidade pública. Mas, em si mesma, a mudança da lei acarreta um certo detrimento para o bem da comunidade. Porque para a observância da lei contribui em muito o costume; a ponto que o que se faz contra o costume geral, mesmo que, em si mesmo, seja leve é, na verdade, grave. Porque, quando é mudada, a lei perde a sua força obrigatória, na medida em que destrói o costume. Portanto, a lei humana nunca deve ser mudada, a menos que, por outra parte, haja compensação para o bem comum relativa à parte derrogada da lei. E isto acontece: ou porque da nova disposição legal provém uma utilidade máxima e evidentíssima, ou porque havia máxima necessidade da mudança.»

28 Ago, 2016

Mandar e comandar

Santana-Maia Leonardo - in Nova Aliança de 19/7/2009

0 SM 1.jpg

Como é fácil de constatar, o grande problema do nosso país reside única e exclusivamente nas suas elites. Basta ver que os trabalhadores portugueses que conseguem elevar o Luxemburgo ao país com maior taxa de produtividade da União Europeia são feitos da mesma cepa daqueles que, em Portugal, nos afundam na cauda da Europa. A diferença não está, pois, nos trabalhadores, mas nos seus directores e dirigentes.

Como dizia ainda recentemente António Cerejeira, director de recursos humanos da IBM: «O que faz a diferença são as pessoas. Se tivermos empregados motivados, isso terá impacto no resultado». Acontece que os nossos dirigentes, mal se apanham no poleiro, transformam-se completamente. Como diz o povo, «se queres ver um pobre soberbo, dá-lhe a chave de um palheiro».

Fui o 1.º classificado do curso de oficiais de Mafra e fiz o serviço militar no BIMec de Santa Margarida. A minha companhia era sempre escolhida para as demonstrações, devido ao seu elevado grau de operacionalidade.

A explicação para o sucesso da minha companhia é muito fácil de perceber. Nas outras companhias, os oficiais distinguiam-se por vestir casaco de cabedal, usar óculos escuros e dar ordens. Na minha companhia, os oficiais não se distinguiam dos soldados por nenhuma peça de vestuário porque só usavam as peças de vestuário que os soldados podiam usar. Na minha companhia, os oficiais distinguiam-se dos soldados por outras razões: nos exercícios, o oficial era o primeiro a fazê-los; nas refeições, o oficial era o último a ser servido.

E é assim que deve ser. Há uma grande diferença entre mandar e comandar. Quem manda dá ordens; quem comanda dá o exemplo. À medida que se sobe na escala hierárquica, devem aumentar as obrigações e diminuir os direitos.

Mas este é um mal português muito antigo. Já Camões se queixava disso mesmo ao rei D. Sebastião, no final do Canto X de “Os Lusíadas”: «Fazei, Senhor, que nunca os admirados/ Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,/ Possam dizer que são pera mandados,/ Mais que pera mandar, os Portugueses

26 Ago, 2016

Salgueiro Maia

Terra de Ninguém.jpg

Se não fosse Salgueiro Maia ser alentejano de Castelo de Vide, a Revolução do 25 de Abril tinha acabado mal. Mas vamos lá refrescar a memória.

Como bem se recordam, na fase mais aguda do cerco ao Quartel do Carmo, tardando a rendição de Marcelo Caetano, Salgueiro Maia recebeu ordens expressas de Otelo Saraiva de Carvalho para abrir fogo contra o Quartel. E o que é que respondeu o Capitão de Abril? Respondeu à alentejana: "Ó Otelo, sossega! É a falar que a gente se entende."

De seguida, foi buscar o farnel (um tinto de Borba, um paio, um pata negra e um pãozinho alentejano), sacou da navalha e pediu para falar com o Presidente do Conselho.

Quando lá chegou, Marcelo Caetano estava na fossa. Salgueiro Maia poisou o vinho sobre a mesa e cortou umas fatias de paio, de presunto e de pão. Conversa puxa conversa, vai mais um tinto, vai mais uma talisca de presunto... Até que Salgueiro Maia se sai com esta: "Ó senhor Presidente, por que é que não vai passar umas férias ao Brasil?"

O homem até ganhou uma corzinha. "Era mesmo isso que eu precisava. Mas como é que eu saio daqui?" "Não se preocupe com isso que eu levo-o já ao aeroporto." E foi, desta forma tranquilamente alentejana, sem precisar de dar um tiro, que o alentejano Salgueiro Maia pôs fim a uma ditadura de meio século. Alentejano duma cana!

Ponte de Sor, 13 de Dezembro de 2014

Santos Mártires de Roma (figura).jpg

O que Benfica de Lisboa, FC Porto e Sporting de Lisboa querem objectivamente, como ficou mais uma vez demonstrado com a reacção pública da entourage benfiquista, onde se inclui obviamente uma comunicação social servil, ao empate cedido perante o Vitória, não é um campeonato de futebol mas um circo romano onde as outras equipas fazem o papel de cristãos destinados a serem devorados pelas feras para gáudio das turbas romanas que enchem as bancadas do circo.

E quando algum cristão, despojado de armas e com as próprias mãos, consegue derrotar alguma fera ou amansá-la, a turba indigna-se contra o chefe do circo por terem lançado o cristão às feras sem, antes, lhe terem amarrado as mãos atrás das costas.

Santana-Maia Leonardo

21 Ago, 2016

Liderança é isto!

Uma menina, de 13 anos, ganhou um prémio e foi cantar o hino dos EUA, num jogo da NBA. Vinte mil pessoas no estádio. Ela afinada e compenetrada. De repente, o braço tremeu, engasgou-se, esqueceu-se da letra... e DEU-LHE UMA BRANCA!!! Treze anos, sozinha, ali no meio, e o público ameaça uma VAIA.

No entanto, Mo Cheeks, técnico dos Portland Trail Blazers, aparece ao seu lado e começa a cantar, incentivando-a, e trazendo o público. Só o técnico tomou a iniciativa de ir até lá para ajudar, enquanto à volta dela começava-se a ensaiar a vaia. Mo Cheeks mostra o que é liderança e como uma atitude de apoio, NA HORA CERTA, pode fazer uma grande diferença, para ajudarmos a mudar a história do JOGO da vida.

Será que isso já não nos aconteceu? E a nossa atitude, foi como a do técnico Mo Cheeks ou como a de todos os outros que estavam à sua volta?

HÁ PESSOAS QUE ESTÃO NO MUNDO PARA AJUDAR... OUTRAS PARA VAIAR.

19 Ago, 2016

Vasco da Gama

Terra de Ninguém.jpg

Quando Bartolomeu Dias chegou a Lisboa, depois de ter dobrado o Cabo da Boa Esperança, com aquela conversa tão portuguesa de que a Índia era muito longe, D. João II, alentejano de alma e coração, tanto assim que passava a maior parte do tempo em Évora, percebeu logo que só um alentejano é que conseguia lá chegar.

D. João II conhecia o nosso povo como a palma das suas mãos. Em qualquer empreendimento, os portugueses arrancam sempre a toda a velocidade mas, na primeira subida, ficam logo com os bofes de fora. Ao contrário, os alentejanos, com o seu passinho de lesma, chegam a todo o lado num instante.

E como Vasco da Gama tinha experiência de mar porque costumava ir dormir a sesta com a namorada para a ilha do Pessegueiro, D. João II decidiu-se por  ele. Mandou-o chamar e disse-lhe: "Tens de levar o Bartolomeu até à Índia porque ele não consegue lá chegar sozinho." E o Vasco da Gama, que sabia falar inglês, respondeu: "Ok." Os alentejanos são de poucas falas. É por esta razão que os sonetos no Alentejo só têm quatro versos. Tu aqui ou desembuchas depressa ou a gente vai-se deitar.

Quando regressou da viagem, o rei D. Manuel quis saber se a Índia era muito longe: "Longe? É já ali ao virar da esquina". E foi, assim, graças ao passinho de lesma de um alentejano que os portugueses chegaram à Índia.

E os Descobrimentos só não foram um sucesso maior porque a maioria das naus eram comandadas por portugueses armados em carapaus de corrida. Iam sempre "prego na chapa" e depois, quando chegavam à curva em cotovelo, a nau dava duas cambalhotas e ia tudo ao fundo. Ou seja, o Cabo da Boa Esperança rapidamente se transformou em Cabo das Tormentas. E quem é que era o culpado? À boa maneira portuguesa, o culpado nunca eram eles, era sempre o Adamastor. Enfim, com gente desta, nunca chegamos a lado nenhum.

Ponte de Sor, 13 de Dezembro de 2014

Pág. 1/3