Com Cruyff começou tudo
A minha simpatia pelo Barça desde os bancos da escola primária assentava exclusivamente na forma épica como todos os anos nos era contada a história da reconquista da independência nacional no 1.º de Dezembro de 1640 e ao contributo decisivo da rebelião da Catalunha para que o movimento independentista português tivesse sucesso.
Após o 25 de Abril, a questão política da minha simpatia pelo Barça ganhou peso quando soube das ligações do Real Madrid ao franquismo e a Santiago Barnabéu e do Barça como bandeira do movimento anti-franquista.
Mas foi com a chegada de Cruyjj a Barcelona que a minha simpatia pelo Barça deixou de ser apenas de carácter político para passar a ser também de carácter desportivo. E se hoje sou um adepto incondicional do Barça, devo-o a Johan Cruyff, quer como jogador, quer como treinador.
Para Cruyff, o futebol resultadista dos italianos e que hoje caracteriza a maior parte das equipas do mundo, designadamente o Real Madrid, não fazia sentido. Futebol sem espectáculo não é futebol.
O Barça é hoje a única equipa do mundo onde se exige a excelência permanente. E isso deve-o a Cruyff.