O estado nacional-benfiquista
Santana-Maia Leonardo
Ontem, ouvi, por mero acaso (porque já decidi deixar de ouvir e ver telejornais portugueses para não me chatear), as declarações de Luís Filipe Vieira, após o jogo com o Aves, presumo.
Apesar de pensar que já nada me surpreendia, nunca esperei que o presidente do Benfica fosse capaz de dizer o que disse.
Com efeito, uma coisa é o Benfica agir como se aspirasse a ser um partido único, hegemónico e fascista, como pareciam indiciar alguns tiques e comportamentos; outra coisa é assumi-lo publicamente.
A situação, neste momento, já não tem a ver apenas com o futebol.
Já tem a ver com a estrutura do próprio estado de direito democrático que está seriamente ameaçada, se é que ainda existe em Portugal.
E o facto de o Benfica-instituição ter permitido que o seu presidente tivesse feito aquelas declarações é assustador tendo em conta o peso da massa associativa do Benfica na sociedade portuguesa...