04 Dez, 2008
A "MARCA"
por Gonçalo Oliveira
Em Abrantes temos a segunda maior árvore do país, mas, além disso, pergunto-me: podemos ter um Natal feliz só com uma árvore gigantesca?
A resposta leva-me à seguinte conclusão: o Natal é feito com pessoas, e para as pessoas.
Mas Abrantes continua sem pessoas, tanto no centro histórico, como nos principais locais históricos e turísticos.
Será assim tão difícil, dinamizar e valorizar todo o imenso património que dispomos, juntando população e turistas neste objectivo estratégico, hoje consensual?
Mais uma resposta: Óbidos.
Desde a eleição do Dr. Telmo Faria, em 2001, com 29 anos, assistimos a uma das maiores transformações de que há memória na dinâmica de um concelho, que lhe valeu a distinção de “Personalidade Turística do Ano”, atribuído pela Associação de Jornalistas Portugueses de Turismo (AJOPT), pelos “relevantes serviços prestados ao Turismo nacional” conseguidos através da “inovação e promoção turística do concelho, através de eventos marcantes como o Festival do Chocolate ou o Vila Natal”.
Hoje em dia, não há nenhum cidadão português que não conheça pessoalmente, ou que, não tenha ouvido falar da “marca” Óbidos. É uma marca nacional.
Outra pergunta vem-me à memória: então e Abrantes não poderia ser uma “marca” de âmbito nacional?
A resposta é imediata: sim.
Senão vejamos: temos um castelo (suficientemente grande e preservado); temos um centro histórico (abandonado, é certo); temos doçaria regional (tigeladas, palha, etc.); temos locais naturais de excelência (ex: Castelo de Bode); temos marcas prestigiadas (o Azeite Galo é só um exemplo).
Mesmo assim, a tal “marca” teima em não aparecer.
O que nos falta então?
A resposta só pode ser uma: falta-nos imaginação e alguém que consiga ver para além do seu umbigo.