CONCESSÃO DO RIBATEJO
Manuela Ruivo - in Primeira Linha
Na Assembleia Municipal de 26 de Fevereiro de 2010, o Grupo Municipal do PSD, criticou a forma como o PS e o actual executivo utilizaram esta concessão como uma das principais bandeiras políticas durante a última campanha eleitoral (O PS prometeu, com pompa e circunstância, o Primeiro-ministro deslocou-se ao Tramagal, deitaram-se foguetes…), para agora ser abandonada sem qualquer explicação à população.
Com efeito, foi com grande apreensão que recebemos a notícia da suspensão deste itinerário no que respeita ao troço Abrantes – Ponte de Sôr e que inclui a travessia do Tejo na zona de Tramagal, que tem vindo a ser reivindicada por populações e instituições há largos anos. Esta via, a concretizar-se, seria uma mais-valia para o território regional, para além de valorizar os investimentos já existentes ou em curso. Acresce que seria, também e sobretudo, mais um factor positivo para a decisão de implementar novos investimentos no concelho e na região.
Nesta Assembleia Municipal, todas as forças políticas mostraram a sua insatisfação em relação à suspensão desta obra pública essencial para o desenvolvimento da região. Em face desta contestação o presidente da Assembleia Municipal de Abrantes e ministro dos Assuntos Parlamentares Jorge Lacão, comprometeu-se a fazer chegar a voz desta Assembleia ao ministro das obras públicas, bem como o agendamento de uma reunião.
Fomos recebidos no passado dia 17 de Maio, pelo ministro das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações António Mendonça. No final não resultou qualquer compromisso, a não ser a promessa de visitar Abrantes para tomar consciência das características essenciais desta obra pública. Todos estamos conscientes que o país tem de ajustar a suas contas públicas, através de medidas de contenção e corte na despesa do Estado, inclusive no investimento. Mas que se comece a cortar no que é supérfluo e faraónico, e não em obras que se revestem de sobeja importância estratégica, e que são essenciais no posicionamento competitivo destas regiões. Este é o caso flagrante do IC9.
Lamentamos ainda que, no processo de “suspensão” da concessão do Ribatejo (vital para o desenvolvimento económico, social e ambiental da nossa região), o executivo municipal do PS tenha tentado passar sobre o assunto, como diz o ditado popular, como cão por vinha vindimada. Entendemos a posição do PS em Abrantes, trata-se de uma das suas promessas eleitorais mais emblemáticas que ainda não passou do papel, por exclusiva responsabilidade de um Governo também do PS. Entendemos o melindre da situação, mas nada justificava tal posição. Valeu a intervenção do PSD na Assembleia Municipal, tendo sido acompanhado pelos outros grupos municipais, sublinhando as consequências nefastas da decisão do Governo.
No fim fica a falta de palavra dos governantes nacionais e locais, e a incompetência no elencar de prioridades.