AS COMISSÕES DE FREGUESIA
Dora Caldeira, deputada do PSD na Assembleia de Freguesia de Alferrarede
Como resultado da minha presença na Assembleia Municipal do dia 25 de Junho e, após ouvir a intervenção do Presidente da Junta de Alferrarede que, de uma maneira exacerbada, respondeu à intervenção do deputado do PSD Gonçalo Oliveira acerca do mau funcionamento das Comissões de Freguesia e do Banco Social, questionei o Presidente da Junta acerca deste assunto.
Contextualizando o que se passou, o presidente da Junta de Alferrarede, Pedro Moreira, defendeu, na Assembleia Municipal, que as Comissões de Freguesia efectivamente funcionavam e bem porque, nas festas da cidade, foi feita uma quermesse para angariação de fundos (foi este o único exemplo referiu).
Na verdade, a recolha de fundos só é importante se estes, depois, forem utilizadas para ajudar alguém ou construir algo . Ou será, tal como diz orgulhosamente a presidente da Câmara, que o que interessa é ter muito dinheiro em caixa?
Penso que, no entanto, o que as pessoas querem, efectivamente, é ver os seus problemas resolvidos e sentirem que estão as ser apoiadas.
Eu entendo que estas Comissões, tal como o Banco Social, do qual já muito tenho escrito e criticado, só têm sentido se derem resposta às necessidades das pessoas, designadamente as que estão a viver com mais dificuldades na nossa freguesia.
Ao contrário do que disse Pedro Moreira, eu não concordo que estas associações funcionem bem, pois até pelas reuniões das Comissões de Freguesia em que participei verifiquei que os casos são sempre os mesmos e sem evolução para melhor, sendo a culpa sempre atirada para cima de alguém, nomeadamente à Câmara Municipal, pelo facto de nada se conseguir fazer para solucionar as situações que são assinaladas .
Na última Assembleia de Freguesia, o presidente da Junta, apesar de não concordar comigo, já não defendeu tão convictamente as Comissões de Freguesia e sua eficácia, mas referiu-se ao Banco Social e ao que este tem apoiado na freguesia de Alferrarede.
Ora, talvez seja eu a distraída e não o deputado Gonçalo Oliveira, que foi tratado como distraído, pois eu nas visitas que faço mensalmente aos domicílios de cerca de 43 famílias carenciadas, ainda não ouvi nenhuma dizer que era apoiada pelo Banco Social. Apenas tenho conhecimento de uma pessoa doente e com graves dificuldades financeiras que foi apoiada temporariamente pelo Banco Social e a quem foi retirado esse apoio, pois não estava contemplado pelos estatutos do mesmo.
Afinal, as angariações de fundos estão a servir a quem na minha freguesia? Como dizem as crianças, a quem for que se acuse!