Pensar que o desenvolvimento e crescimento do concelho de Abrantes passa pela concentração dos investimentos na cidade de Abrantes é tão idiota como pensar que o desenvolvimento de Portugal passa pela concentração de investimentos na região de Lisboa.
Os países e os concelhos são como as pessoas: se a cabeça crescer à custa das outras partes do corpo, chega uma altura em que o pescoço não pode com o peso da cabeça.
Sem um crescimento harmonioso de todas as partes do corpo, a própria cabeça fica em risco de vida que é, aliás, o que está a suceder com a cidade de Abrantes, onde a concentração de investimento na cidade apenas tem conseguido esvaziar as freguesias (ou seja, provocar o definhamento do corpo), sem conseguir inverter a perda de importância regional, quer da cidade de Abrantes, quer do concelho.
Veja-se como a política pouco inteligente levada a cabo pelo Partido Socialista e pelo executivo municipal de querer obrigar os jovens das freguesias a transferirem-se para a cidade de Abrantes, esvaziando as freguesias, está a levar os jovens a estabelecem-se, não em Abrantes, mas nas outras cidades do Médio Tejo, com destaque para Entroncamento e Torres Novas.
Acresce que a Câmara Municipal de Abrantes, ao agir desta forma, deixa de ter qualquer autoridade para criticar o modelo de desenvolvimento nacional assente na concentração de investimentos na região de Lisboa, uma vez que o seu modelo de desenvolvimento para o concelho, afinal, é rigorosamente o mesmo.