06 Jan, 2009
CESSAR FOGO
por António Belém Coelho
Sem dúvida que a situação existente na faixa de Gaza nos deve deixar a todos preocupados. Conforme a situação existente nos últimos 9 ou 10 anos nas cidades e vilas Israelitas do Sul, também nos deveriam deixar preocupados. Realmente, viver dia a dia com rockets, mesmo que artesanais, mas, mesmo assim, capazes de destruir uma habitação conjuntamente com os seus ocupantes, não é possível.
Não vou discutir quem é que tem razão ao território, quem é que chegou primeiro e outras questões de somenos importância. E, se essas questões fossem levadas até às últimas consequências, talvez que alguns de nós tivessem algumas surpresas. Encaremos a realidade: existem dois povos, logo é necessário que existam dois Estados, um Palestiniano e um Israelita.
Mas parece que facções palestinianas no poder, assim não o entendem, advogando pura e simplesmente a destruição de um dos Estados, o de Israel! E de acordo com tal doutrina quebraram uma trégua acordada de 6 meses, voltando a lançar os tais rockets sobre as localidades Israelitas ao seu alcance.
É evidente que tal acto teria que suscitar resposta de um Estado soberano; e assim foi.
Mas analisemos agora a cobertura mediática que tem sido feita: “x mortos, dos quais y são crianças”. É verdade e infelizmente assim sempre será! Enquanto os cobardes se acoitarem nas escolas, nos hospitais, nos campos de refugiados, fazendo reféns os indefesos do seu próprio povo, assim terá que ser. Quando os rockets são lançados desses locais, causando vítimas Israelitas que a comunicação social não cuida que sejam crianças, idosos, ou seja o que for, assim terá que ser. Hipocritamente todos e mais alguns gritam por um cessar fogo. Mas não era isso que estava em vigor até que o Hamas decidiu que tal situação já não era do seu interesse e começou a lançar rockets para território Israelita?
Israel tem vastas culpas no cartório. Mas uma não tem: a de o terem colocado ali! Assim como também não foi o Estado Israelita que quebrou a trégua existente. Agora, perguntemos: se a nossa cidade ou vila fosse continuamente bombardeada por rockets, quantos e quais de nós não exigiríamos ao nosso Estado protecção? Pois é justamente isso que Israel faz neste momento. O que não os absolve de culpas passadas.
Em Gaza, pelos vistos falta tudo! Água, alimentos, medicamentos, etc, etc. Mas rockets, esse bem de primeira necessidade, parece não faltar. São escolhas. Já antigamente, na extinta União Soviética, o dilema era canhões ou manteiga.
Desta vez parece não haver dilema; a escolha é óbvia! E as consequências também. Assim foi para a União Soviética!