09 Jan, 2009
TUDO COMO DANTES, NADA COMO DANTES
«Os governos, a começar pelo português, têm dado lições inesquecíveis que todos os manipuladores de mercado usam como inspiração. Mentira, leis retroactivas, mudança inesperada de regras, intrusão na vida privada dos cidadãos, instabilidade fiscal, falta de cumprimento de cláusulas contratuais, adjudicações de favor, licenças sem concurso público, favoritismo e nomeação de altos dirigentes por confiança partidária, tudo tem justificação, tudo se explica pela necessidade de vencer, de crescer e de ganhar eleições.
Os políticos tanto de esquerda como de direita, contribuíram decisivamente para este clima doutrinário e espiritual. O poder político, entre nós como no resto do mundo, não revelou ter padrões morais superiores aos dos predadores. Não mostrou ser mais digno de confiança. Não garantiu que impede a promiscuidade e o livre enriquecimento dos políticos. Não tornou evidente seguir uma regra ética superior à que tem guiado os especuladores e os seus amigos.»
António Barreto - in Público de 21/12/08