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COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

13 Mar, 2009

OS RADICAIS

por Manuel Catarino 

 
“Grande maluco”, “janado”, “má companhia”, são os epítetos menos desagradáveis com que se apelidam jovens com padrões de vida diferentes. Claro que os locais por eles frequentados ou de reunião são pontos de partida para a perdição, a meta corolário destas vivências. Parece que nos esquecemos da geração de sessenta e os confrontos com os costumes, cultura e poderes instituídos. Parece que nos esquecemos que Abril aconteceu porque um estar diferente foi minando as estruturas sociais de então e o poder político não aceitou a diferença.
 
Alguns viventes dessa geração tornaram-se fazedores de ideias e outros governantes. Encontram-se acomodados na vida, olham com satisfação o próprio sucesso e querem impor o modelo que criaram. Venderam a alma, a criatividade, a solidariedade por mais uma casa de férias e uma conta bancária num paraíso fiscal, já que a irreverência se foi esfumando com a idade. Alguns dos filhos copiaram este modelo mas outros recriam o espírito dos papás enquanto jovens.
 
A geração posterior, os jovens de hoje, são os mesmos que levantaram as barricadas nos anos sessenta e destronaram presidentes. Não se revêem nas políticas porque na educação grassa a instabilidade, no trabalho os maus ordenados, a precariedade e insegurança, na justiça a injustiça, no poder a corrupção, em suma, quando olham em redor não gostam do que vêem e sentem que este não é o seu mundo. Outro tanto se passa com a classe média e os mais pobres, que não vislumbram qualquer esperança para os seus anseios e necessidades.
 
Uns, interiorizando a incapacidade de alterar o sistema caem nas drogas ou depressões; outros, os guerreiros, igualmente conscientes que o sistema político criou uma carapaça de auto protecção que não conseguem destruir, juntam-se em tribos ou associações, com perspectivas musicais ou culturais, interesses ou ideologias comuns. Entre estes grupos destacam-se os criados para a prática de desportos radicais, proporcionando um conjunto de actividades galvanizadoras dos jovens.
 
Em Mouriscas, onde existem mais de duas centenas de jovens (só na EPDRA encontram-se cerca de cento e cinquenta estudantes), a Associação Recreativa os Mouriscos centraliza esta sã rebeldia da juventude e canaliza-a para a prática de actividades radicais. E porque estes jovens sabem do que falo, cito de Sibelius: «Não devemos dar demasiada atenção ao que os críticos dizem. Nunca foi erguida uma estátua em honra de um crítico». Parabéns. 
12 Mar, 2009

JOVENS POR ABRANTES

 

Caros jovens,
Hoje poderíamos e deveríamos, pela formalidade, falar-vos como juventude social-democrata, discutindo política e soluções mas não o vamos fazer. O texto que aqui se apresenta é apenas um simples reflexo do pensamento de um conjunto de jovens, como os demais abrantinos.
Daí que seja pela juventude que nos dirigimos hoje, não como jovens políticos mas como jovens. Assim, permitam-nos uma primeira certeza. Vale a pena participar na organização da nossa Cidade. Seja pertencendo a uma qualquer juventude, seja discutindo em esplanadas e cafés, vale mesmo a pena.
Mas o maior contributo que podemos realmente dar é o voto, ou seja, a certeza da nossa participação. Este é de facto o nosso grande conselho para este ano: um voto premeditado que corresponda aquilo que o próprio indivíduo encara em si como essencial. Outro conselho é votarem para a mudança e verdade. Nós já decidimos em quem confiar e acreditar, porque acreditamos que, por vezes, são necessárias outras políticas, ainda mais num tempo controverso e problemático.
Caros jovens, votem e participem. Decidam-se pela diferença e imparcialidade, encarando este período de eleições como uma fase de possibilidade e oportunidade. Queremos garantir com o nosso voto a abertura de novos caminhos e o aparecimento de novos líderes que possam concretizar outras e melhores soluções. Obrigado.
Jovens por Abrantes
Coordenadores:
Cláudio Machado e Ana Dias
Membros:
Marta Rodrigues, Gonçalo Leitão, Fábio Aperta, Ana Lizardo, José Maria Simão, Ana Filipa Matos, Margarida Alves, Bruno Pereira

 

Na passada 4ª Feira, dia 4 de Março, Santana Maia, candidato do PSD à Câmara de Abrantes, continuou o ciclo de visitas às diversas instituições de solidariedade social do concelho, iniciada com a visita ao CRIA, no dia 13 de Fevereiro, para avaliar, no terreno, o trabalho desenvolvido pelas mesmas, auscultar as preocupações e dificuldades por que passam neste momento e anotar as suas sugestões sobre a forma como a autarquia as poderá ajudar.
 
Acompanharam o candidato Dora Caldeira, candidata a presidente da Junta de Freguesia de Alferrarede, Gonçalo Oliveira, presidente da comissão política concelhia do PSD e Emídio Direito, vice-presidente.
 
Da parte da manhã, visitaram, em Alferrarede, o Centro Social e o Centro de Dia, tendo a visita sido conduzida pelos Ex.mos Senhores Fernando Simão (presidente da instituição), Rafael Fernandes, Armando Pires (membros da direcção) e pela Irmã Margarida Tavares.
 
Da parte da tarde, começaram por visitar o Centro Interparoquial de Abrantes (creche, ensino pré-escolar, serviço domiciliário e Casa de S. Miguel), tendo a visita sido conduzida pelo Cónego José da Graça e pelos Ex.mos Senhores Bragança (director), Fátima e Ana Silva (responsável pela Casa de S. Miguel).
 
Posteriormente, visitaram a Santa Casa da Misericórdia, tendo a visita sido conduzida pelo Ex.mos Senhores Horácio Mourão de Sousa (Provedor), Alberto Margarido, Eduardo Caldelas, Fernando Silva e Carlos Marchão (membros da direcção).
 
Estas visitas de trabalho foram bastante enriquecedoras e esclarecedoras. Da análise final, constatou-se o pouco interesse que todas estas instituições suscitam no executivo camarário. A falta de sensibilidade social, quer para com estas instituições, quer, muito especialmente, para com as centenas de pessoas que delas dependem, é, aliás, uma das grandes pechas do actual executivo camarário. Com efeito, é manifesto que as políticas centradas nas pessoas são pouco motivadoras para o actual executivo.
 
Esta candidatura não esquece, no entanto, o esforço tremendo de todos os dirigentes que militam, diariamente, nestas instituições, a título voluntarioso, e que nunca desistem, lutando contra todas as adversidades, que são muitas, a começar pelo abandono a que são votados pelo município.
 
Estas pessoas enchem-nos de orgulho e fazem-nos ter esperança num futuro melhor, sendo certo que solidariedade social é uma dádiva fundamental na construção de uma sociedade equilibrada, harmoniosa e justa.
 
O testemunho do trabalho desenvolvido nestas instituições fez com que Santana Maia desse a sua palavra de que, caso o PSD vença as próximas eleições autárquicas (como se espera), as instituições de solidariedade social do concelho poderão contar com um presidente e uma vereação empenhados em apoiar o seu esforço de tornar mais feliz a vida dos idosos, das crianças e de todos aqueles para quem a vida foi madrasta.
09 Mar, 2009

AS NOVAS VÍTIMAS

por Manuel Catarino

 

Como não me reconhecia qualidades para a elaboração de escritos profundos, escrevi umas quantas palavras, em dois ou três textos, sobre algumas injustiças que se me foram deparando na minha vivência em Mouriscas. Mas, como tenho visto uma abordagem quase quotidiana do “coitaditismo” nacional, que tudo justifica a bem das convergências ou pela incapacidade de encontrar alternativas, resolvi também dactilografar umas palavras à espera que alguém tenha a coragem de as publicar.
 
Grosso modo, ainda pequenote, aprendi que vítima era alguém que tinha sido surrado, espoliado dos seus animais ou outro qualquer bem, ou até mesmo a quem tinham apelidado com nomes mais difíceis de entrar no ouvido. Mais tarde, vítima passou a ser também aquele outro que tinha sido preso por delito de opinião e, já depois da Revolução dos Cravos, entraram no discurso as vítimas do fascismo e do comunismo.
 
Entretanto começam a surgir outros tipos de vítimas, criados por alguns veículos de opinião saídos de uma classe média auto-punitiva, assumindo todos os males do mundo, normalmente ligados às ciências do comportamento ou ao direito. Foram as vítimas de uma sociedade mal estruturada que promoveu a sua exclusão e que levou à existência de grupos de marginalizados e de minorias e também a um sem fim de categorias, que auto assumiram a diferença, o que lhes dava um jeitão e desculpava todas as tropelias. Esses coitadinhos construíam três barracas em três câmaras distintas para trespassar duas e ficar com uma. Efectuavam assaltos e vendiam droga como única possibilidade de sobreviverem e, quando era detectado um novo-riquismo ostensivo, era justificado com as carências da juventude ou uma compensação por séculos de colonização. O trabalho era uma forma moderna de escravatura ou de dependência de uma classe dominante.
 
Recentemente surgiu um extenso rol de novas categorias de vítimas (perdoem-me aqueles de que não falo, mas não é por esquecimento ou desprestígio por essas pessoas, mas tão só por gestão de espaço de escrita). É um primeiro-ministro que é vítima de uma série de coincidências que, também por coincidência, algumas são casos de polícia. É um ministro vítima das estatísticas de crime violento, que quis esconder para evitar o alarmismo e manter a paz pública, enquanto, qual ilusionista, procurava soluções na manga. São os abusadores do processo Casa Pia que são vítimas da investigação e de validarem os testemunhos de uns putos das barracas, testemunhos que um tribunal superior resolveu desacreditar para inocentar outras, também vítimas e com nome sonante. É uma alteração ao Código de Processo Penal que permitiu anular prova obtida legalmente em escutas telefónicas contra dirigentes desportivos e assim inocentados, vítimas de perseguição policial. São os bandidos, vítimas deste mesmo código, que os obriga a gastar rios de dinheiro em advogados, em recursos sucessivos até atingir o limite dos prazos. São os legisladores vítimas de um jornalismo, pago por forças maquiavélicas, que denunciam estas alterações à lei e as suas consequências, que esses políticos, coitadinhos, eram incapazes de prever. É o mesmo legislador vítima de lapso de escrita, que o leva legislar e aprovar um novo Código de Trabalho, onde todos os prevaricadores do regime legal anterior a esta lei são isentados e isto não parece, livre-nos Deus, mais uma benesse a uns amigos. São verdadeiramente vítimas, aqueles senhores que deixaram a banca de rastos, com os seus jogos na bolsa que inflacionava os valores do mercado, e que o governo resolveu apoiar nacionalizando os seus prejuízos, já que os ganhos estavam a bom recato num qualquer paraíso fiscal. São um sem número de políticos, vítimas de desemprego ou de escribas ressabiados, que, para sobreviverem, arranjam uns passatempos a ganhar uns milhares de euros por mês na banca do Estado, em empresas públicas ou privadas que, por coincidência, haviam ganho um concurso público. São essas mesmas empresas, argumentando ser vítimas de derrapagens de preços, que renegociam os valores das empreitadas conseguindo atingir o triplo do contrato inicial. São os magistrados vítimas da marcha lenta dos processos, que demoram anos a ir da estante do funcionário até à sala de audiências, quando não são vítimas de um qualquer autarca ou funcionário que não lhe acautelou parqueamento permanente e gratuito. São os empresários, vítimas da crise, que são obrigados a encerrar mais um negócio e despedir uns quantos pobretanas porque é preciso manter o status e mudar de Ferrari. São…
 
Chegados aqui, e abordado o conceito de vítima ao longo de quarenta anos, percebemos que as pessoas mudaram e as vítimas também. As mulheres e os homens destas Mouriscas espalhadas pelo país, uma boa parte de idosos, desempregados ou no limiar da sobrevivência, alguns que já foram classe média, as tais vítimas de há quarenta anos, que pouco mais exigem que os direitos a um dia a dia digno e à igualdade de oportunidades, continuam a sofrer na pele os desmandos destas outras vítimas. Mas, o que confrange mesmo, é a não rejeição, resignação ou mesmo aceitação destes desmandos e perceber que a vitimação os justifica. Os espertalhões ocuparam os melhores lugares neste comboio de vítimas e de milhões, mas ainda há alguns lugares vagos e, por este andar e tanta justificação, juntam-lhe mais umas carruagens para os amigos.
 
Aos que comigo privam, por favor, não me chamem conservador, classissista ou xenófobo e muito menos não me dêem porrada, porque eu não quero ser nenhuma das vítimas.

por Dora Caldeira

 

O curioso topónimo de Alferrarede não encontrou ainda quem lhe explicasse a origem de uma forma incontestada. Porém, presume-se que deriva de uma indústria antiquíssima ligada à manipulação do ferro e da cal, da qual hoje já não se encontram vestígios significativos. A principal actividade económica em Alferrarede começou por ser a agricultura. E contava como principais lugares Alferrarede Velha e Hortas (só este último nome é esclarecedor).
 
No final do séc. XIX, a importância da actividade agrícola de Alferrarede começa a esbater-se em virtude da chegada do caminho-de-ferro, que aí instala uma estação. Começa então uma nova era. Devido ao desenvolvimento da rede viária do interior, o progresso é imparável. Como consequência desse desenvolvimento, um conjunto de indústrias transformadoras de matéria-prima existente na região começam a surgir em Alferrarede o que, subsequentemente, se traduziu também num acréscimo populacional e urbanístico.
 
A elevação de Alferrarede a freguesia deu-se apenas a 25 de Fevereiro de 1959, muito tarde se considerarmos a antiguidade da sua história anterior a esta data. Passaram-se 50 anos desde esse dia e a Junta de Freguesia de Alferrarede conta já, no seu historial, com um conjunto de grandes personalidades que, em muito, contribuíram para o desenvolvimento desta nobre terra: João Silva Tavares, João Manuel Esteves Pereira, António Correia Pires, Filipe Nortadas Pereira, João Pereira Salvador, José Custódio Porto, Fernando Maria dos Reis, Ernesto Oliveira e Adelino Venâncio .
 
A todos bem haja! E à nobre e sempre leal freguesia de Alferrarede, desejamos muitos e muitos anos de vida!

 

No passado dia 5 de Março, foi a apresentação do livro de autoria de Rui Lopes "Lucas Junot: o estudante brasileiro que cantou Coimbra - Fotobiografia", na Biblioteca Municipal António Botto - Abrantes, por iniciativa desta instituição. O Director da Biblioteca, Francisco Lopes, deu as boas vindas, Lurdes Botas, presidente da Junta de Freguesia de S. Miguel do Rio Torto, apresentou o autor e Manuel Marques Inácio apresentou o Livro.
 
No final da apresentação, cantou-se e tocou-se Coimbra, com o Grupo de Canto e Guitarra de Coimbra do Centro Cultural Regional de Santarém, ao qual se juntou, no final, o autor do livro, como se pode ver pela foto.
 
Ao Rui e à Freguesia de S. Miguel de Rio Torto, os nossos parabéns!
07 Mar, 2009

AS REPROVAÇÕES

Santana Maia - in Semanário de 27/2/09

 

As reprovações, pela própria natureza da escolaridade obrigatória, são incompa-tíveis com um ensino de qualidade e um alto rendimento escolar. Esta é uma verdade de La Palisse que não me tenho cansado de repetir ao longo dos últimos vinte. Os países nórdicos (Suécia, Dinamarca e Finlândia), reconhecidamente os países onde o ensino é mais exigente e de maior qualidade, já perceberam isto há muito tempo. Nestes países, os alunos não reprovam no ensino obrigatório, independentemente dos níveis atingidos a cada disciplina.
 
Por estranho que pareça, são precisamente as reprovações, na escolaridade obrigatória, que obrigam a que se aldrabem os resultados, se nivele por baixo e se inflacionem as notas. Com efeito, se os professores, com o nosso sistema de reprovações, fossem exigentes e atribuíssem as classificações de acordo com o nível de conhecimentos dos alunos, o insucesso e o abandono escolar atingiriam números impensáveis e inadmissíveis num país da união europeia.
 
Então o que é que se faz para se fingir que temos um ensino exigente e de qualidade? Aldrabam-se os resultados e inflacionam-se as notas, com vista a transmitir a falsa ideia de que os alunos atingiram os objectivos. E como há sempre 20% de alunos que reprovam, isso ajuda a dar credibilidade à aldrabice.
 
Quanto aos 20% dos alunos que reprovam, por muito que custe ouvir, a verdade é que 99% destes alunos acabam por passar, por antiguidade, no ano seguinte ou dois anos depois, a saberem, em regra, menos do que sabiam no primeiro ano que reprovaram e com a mesma nota dos que passaram por mérito quando eles reprovaram. Ou seja, sem nada fazerem, acabam por terminar a escolaridade obrigatória com o mesmo nível daqueles que sabiam muito mais do que eles. Ora, isto não só é absolutamente injusto e desmotivador para alunos e professores como faz com que as classificações atribuídas pelos professores não tenham qualquer relevância informativa.
 
Pelo contrário, se os alunos não reprovassem, as classificações atribuídas pelos professores poderiam reflectir o verdadeiro nível atingido pelo aluno a cada disciplina, permitindo dessa forma a qualquer pessoa (aluno, pai, professor, analista, empregador, ministra, etc.) interpretar os resultados, tomar medidas e extrair daí as consequências.
Neste caso, se um aluno quisesse terminar a escolaridade obrigatória com nível três, não lhe bastava ficar sentado no seu lugar à espera que o tempo passasse, teria de trabalhar e de se esforçar para isso, caso contrário terminava com nível um.
 
Por outro lado, isso valorizava e credibilizava, inevitavelmente, os certificados de habilitações, evitava que os repetentes se amontoassem nas turmas à espera da sua hora de passar sem fazer nada e permitiria à ministra e à escola encaminhar e apoiar os alunos com nível um e dois, com vista à sua recuperação.  
 
Se não fossemos um país de cabeças duras, não seria difícil chegar a esta conclusão. Assim, resta-nos esperar que os nossos ministros, secretários de Estado, professores, comentadores e outros inteligentes, de tanto baterem com a cabeça na parede, a consigam abrir.  
05 Mar, 2009

OPORTUNIDADE

por António Belém Coelho

 
Terá sido hoje inaugurado um monumento ou obra de arte situada em pleno Aquapólis. Conforme já tive ocasião de referir publicamente em sede de Assembleia Municipal, não me pronuncio sobre a excelência da arte, seja ela qual for e de que forma se apresentar. Aliás, reconheço que o autor desta obra é um artista de renome nacional e internacional, com muitas das suas obras espalhadas por cá e pelas sete partidas do mundo. A minha contestação vai para a oportunidade escolhida para a realização deste evento.
 
Todos se queixam que os recursos são escassos, e os responsáveis autárquicos disso têm feito eco. Basta ver os preâmbulos habituais dos orçamentos da Câmara Municipal. Se isso é verdade em tempos ditos normais, com a crise actual, cujo fim ainda não se avista no horizonte, essa escassez deverá tornar mais criteriosa, selectiva e responsável a sua aplicação.
 
A construção da referida obra de arte, importa em cerca de 246.000€, acrescidos do IVA em vigor. Já nem referimos o contrato de prestação de serviços efectuado com o autor, que faria certamente subir este valor mais algumas dezenas de milhares de euros.
 
Não existiriam, neste momento, outras prioridades a que afectar estes recursos? Certamente que sim e creio mesmo que a dificuldade estaria na escolha, não em elencá-las. Enfim, parece que queremos mesmo ser uma cidade imaginária, parecendo rica pelo exterior, mas cada vez mais pobre naquilo que realmente interessa: no emprego, na criação de riqueza, na solidariedade entre as pessoas e também na solidariedade das diferentes e diversas freguesias que compõem o concelho.
 
Só mais uma palavra, apenas, para expressar a minha opinião pessoal sobre a colocação daquela obra (ou de qualquer outra com volumetria e envergadura semelhantes) naquela zona: não será um elemento extremo de ruptura numa paisagem caracterizada pela planura e suavidade de linhas?

 

No passado dia 28 de Fevereiro, a candidatura do PSD à Câmara de Abrantes promoveu uma visita de trabalho às freguesias de Fontes, Souto e Aldeia do Mato, para poder constatar no terreno a realidade vivida nestas freguesias. A acompanhar o candidato do PSD à Câmara Municipal, Santana-Maia, esteve Pedro Passos Coelho, os deputados Miguel Relvas e Vasco Cunha, e os presidentes das Juntas de Freguesia de Aldeia do Mato, António Cruz, e do Souto, Diogo Valentim.
 
Esta jornada de trabalho culminou com a apresentação das linhas programáticas que a candidatura propõe para o sector do Turismo, no que respeita à zona norte do concelho. Abrantes e, em especial, toda a zona abrangida pela albufeira do Castelo e Bode são dotadas de um potencial turístico único. O PSD defende uma política sustentada nos elevados recursos naturais que esta zona detém.
 
Apesar disso, os sucessivos executivos camarários socialistas têm votado estas freguesias ao mais triste e absoluto desprezo e esquecimento. E para constatar isto mesmo, basta olhar para a outra margem da albufeira.
 
O PSD não se conforma com esta situação. Por um lado, as pessoas destas freguesias merecem melhor sorte, merecem uma estratégia turística que as envolva e que lhes permita atingir um nível de vida adequado às suas legítimas expectativas. E, por outro, o concelho de Abrantes precisa urgentemente de rentabilizar e potenciar a sua margem da albufeira do Castelo do Bode, que é, sem qualquer sombra de dúvida, um dos seus principais recursos turísticos.
 
O PSD de Abrantes não só acredita que a actual e triste realidade pode ser alterada como irá contribuir decisivamente para a sua alteração, mal assuma os destinos da autarquia.