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COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

por Amadeu Bento Lopes (músico e vogal da assembleia da ABFM)

 
Esta Filarmónica como o nome indica é uma Sociedade de amigos da harmonia de Mouriscas e de quem Gosta de fazer pela Musica em Mouriscas. Temos de vida 14 anos com esta designação, há 14 anos atrás já foi Banda da casa do povo de Mouriscas, com outras direcções, outros Músicos e outros estatutos.
 
No presente ano de 2009, decidimos comemorar os 28 anos de Música em Mouriscas, para não cair no esquecimento o que se fez no passado nesta aldeia em termos de música, com instrumentos de sopro (metais e madeiras) e percussão, numa organização desta envergadura. Gostaria de salientar com este texto, os dirigentes das associações e os espaços onde a Banda já teve os seus ensaios e onde já foi debatida e discutida. Inicialmente, foi no salão da igreja Paroquial (no inicio em 1981). Em seguida, numa das salas do 1º piso da antiga Escola Primária, tendo a Banda da Casa do Povo de Mouriscas sido dirigida por Castro Marcelino. Depois, com a nova formação e designação, começou por se fazer ensaios na casa do António M. Leitão, dirigente da Filarmónica Mourisquense. Agora, com a doação de um edifício para sede da Associação por um benemérito casal da terra, temos um espaço para fazer pequenas festas e uma sala de ensaios, assim como o bar da Associação, onde servimos os associados e quem por lá passa para ajudar. Neste momento, é Armando Alves que dirige os destinos da nossa Banda.
 
Em termos de directores musicais, já por cá passaram três em vinte e oito anos de música e que deram muito de si em prol da Banda, nomeadamente: o maestro Francelino L. Pereira do Sardoal, o maestro Antunes de Tomar e o regente Diamantino Godinho de Tomar. Em meados de 2008, deu entrada um novo maestro, José Miguel, com apenas 30 anos mas já com curriculum musical invejável e uma vertente profissional de ensino com que pretendemos continuar uma escola de música, como já houve em tempos. Para além disso, temos ainda, desde 2007, uma professora de música, Lúcia Mendes, também a dar aulas de música a alunos desde a idade dos 3 até aos 6 anos e dar a formação musical (teoria).
 
Esta filarmónica pretende vir a criar melhores condições para os músicos e para todos os associados, para que se sintam bem num espaço que é deles, enquanto espaço lúdico/musical. Pretendemos ainda criar novas valências, em termos de equipamento imóvel e em termos de instrumentação e fardamentos e de formação pessoal dos próprios músicos. Trata-se de um projecto de várias vidas. Já lá vão várias gerações de músicos que passaram por estas musicalidades, onde houve momentos de grande furor, mas também de bastantes dificuldades. Continuamos, assim, empenhados em valorizar o que é da terra. Mas, para que isso se venha a concretizar, temos de contar com o apoio dos associados e das entidades concelhias que, esperemos, continuem a melhorar as formas de valorizar o que é do concelho.

 

No dia 2 de Maio, Santana Maia, candidato do PSD à Câmara de Abrantes, acompanhado do Rui André, presidente da Junta de Freguesias de Rio de Moinhos, João Paulo Rosado, actual tesoureiro e candidato a presidente da Junta, Nuno Lopes, presidente da Assembleia Geral da Associação de Moradores de Amoreira e Manuel Rosa Dias, presidente da Assembleia de Freguesia de Rio de Moinhos, visitou as instalações da Associação de Moradores da Amoreira para se inteirar do trabalho desenvolvido e das suas principais dificuldades.
 
A Associação de Moradores de Amoreira foi fundada no ano de 1979 e teve como fundadores Manuel Clemente, Joaquim Lopes Mendes, Arsénio de Oliveira Cristóvão, Rogério da Silva Gaspar e José António Pires Bexiga que constituíram também a primeira direcção, tendo sido Manuel Clemente o seu primeiro presidente.
 
A Associação de Moradores de Amoreira é uma associação local de utilidade pública, sem fins lucrativos, e tem como objectivo servir o interesse geral de todos os habitantes da aldeia, proporcionando o seu bem-estar. A Associação desenvolve várias actividades culturais, desportivas e recreativas.

 

No dia 11 de Janeiro, Santana Maia, candidato do PSD à Câmara de Abrantes, acompanhado dos vice-presidentes da comissão política concelhia do PSD Emídio Direito e Luís Ablú, assistiu ao jogo de futebol do campeonato do Inatel disputado pelo Centro Cultural e Desporto da Amoreira, visitou as instalações do clube e confraternizou com os jogadores, associados e dirigentes do clube.
 
Esta associação foi fundada em 20/11/1980, por Arsénio Cristóvão, João Afonso, Jorge Barra e Costa, sendo o futebol de 11 a sua principal actividade. Teve a sua génese no Centro Popular de Trabalhadores de Amoreira fundado em 1979 e que teve dois motivos determinantes para a sua criação: o advento do 25 de Abril que proporcionou o aparecimento de uma grande número de associações tanto culturais como desportivas; o elevado número de jovens que residiam em Amoreira e desenvolviam a sua actividade desportiva preferida, ou seja, o futebol, noutras equipas principalmente na Casa do Povo de Rio de Moinhos.
 
Por determinação do INATEL, ao fim de alguns anos, o Centro Popular de Trabalhadores de Amoreira, deu lugar ao actual Centro de Cultura e Desporto de Amoreira. Consta no seu palmarés dois títulos de campeão distrital, nas épocas de 1987/88 e 2001/02, tendo sido diversas vezes campeão de série e duas vezes vice-campeão distrital.
 
Esta candidatura não esquece o esforço tremendo de todos os dirigentes que dedicam os seus tempos livres à causa pública, militando nas diferentes associações do nosso concelho, lutando contra todas as adversidades, que são muitas, a começar pelo abandono a que são votados pelo município. Estas pessoas enchem-nos de orgulho e fazem-nos ter esperança num futuro melhor, sendo certo que solidariedade social é uma dádiva fundamental na construção de uma sociedade equilibrada, harmoniosa e justa.
22 Mai, 2009

O CAIXOTE DA PRAXE

 por António Castelbranco

 

Tive notícia de que o projecto para o Museu Ibérico está em fase de aprovação final. Não vamos falar de custos de projecto, nem de custos de construção, nem de custos de manutenção do museu, nem de quem os vai pagar… nem tão pouco vamos falar da crise! Vamos falar de informação, e vamos falar de democracia participativa, de participação cívica, em suma de cidadania!
 
Será que os abrantinos estão informados do que se prepara para ser construído no centro histórico da nossa cidade?... E se estão será que é esta a solução que querem? Penso, por isso, que é altura de incentivar a discussão pública, o debate e o reforço de uma atitude de verdadeira cidadania.
 
Em termos gerais, trata-se de um projecto – cuja maqueta esteve exposta na biblioteca – que tem a forma de um paralelepípedo e que, na sua base quadrada, terá cerca de 20 a 25 metros de lado, tendo uma altura aproximada de 30 metros, ou seja, correspondente a um edifício de 10 pisos. As fachadas não apresentam quaisquer janelas, varandas ou aberturas para o exterior, mas a cobertura, em terraço, parece indicar a existência de uma clarabóia.
 
Neste espaço vão ser colocadas as colecções de João Estrada, Maria Lucília Moita e João Charters de Almeida. São peças de grande valor e interesse artístico. Também servirá para albergar uma série de actividades museológicas que aqui se irão desenvolver.
 
Em conclusão, quero referir que este museu é de grande interesse para Abrantes, mas que os abrantinos não podem ficar alienados de um processo de decisão tão importante como este, que a sua opinião conta, é importante que se manifestem sobre os aspectos positivos e negativos que este edifício (um paralelepípedo com a altura de um prédio de 10 andares) irá ter na skyline, na silhueta da sua cidade, uma vez que o seu impacto visual irá para sempre alterar a vista da nossa cidade.

Carta enviada por e-mail para amarabrantes@live.com.pt

 
Exmo Senhor Presidente da Câmara
 
Venho por este meio reclamar e pedir a V. Exa. que nos esclareça sobre os limites do “centro histórico” desta cidade. Pois soube que os comerciantes do mesmo, este ano não pagaram taxas sobre publicidade dos seus estabelecimentos. O que pedimos, para já, é a suspensão das mesmas até esclarecimento aceitável para todos os comerciantes, sem excepção.
 
 Nós, também somos comerciantes desta terra, alguns há mais de vinte anos, neste caso na Praceta do Chafariz, e não só. O que se pretende saber é o porquê desta discriminação entre comerciantes dentro da cidade, não pretende, V. Exa. como já disse várias vezes dinamizar e incentivar o comércio no centro da cidade? Acha que é desta maneira beneficiando alguns em detrimento de outros, que dinamizamos alguma coisa? Será que escassos “metros” serão justificação para esta discriminação?
 
Até porque além de pagarmos as taxas, estas aumentaram. Estaremos nós a pagar para os outros? Qual é o critério deste não incentivo nas outras zonas centrais da cidade? Onde fica o direito democrático no meio de tudo isto? Serão uns filhos da cidade e outros “bastardos”? Não contribuímos todos com os nossos impostos para o mesmo? Ou seja, para a dinamização de toda a cidade.
 
Neste caso, concreto, na Praceta do Chafariz existe um grande potencial de comércio e serviços que sofre, como todos, a crise, e é desta forma que V. Exa. pretende combatê-la? Com discriminação? Não somos todos comerciantes da mesma cidade? (volto a insistir)
 
Com a chamada requalificação da área central de Abrantes dizem os Srs. que veio reforçar os aspectos de lógica funcional no centro histórico. Esta requalificação, a nosso ver, só teve algum benefício nos edifícios históricos. (igrejas, monumentos). Porque a revitalização e dinamização continuam na mesma. Gostaria de saber se a iniciativa do Projecto Procom, no qual se baseiam, e ao qual quarenta e duas empresas aderiram para requalificar e revitalizar o centro, fizeram na realidade o quê?
 
Se o objectivo era dinamizar os espaços comerciais (a Praceta do Chafariz oferece desde sempre comércio e serviços) não vejo o porquê desta discriminação. Serão apenas três largos e suas ruas paralelas o centro histórico requalificado a dinamizar? Então a todos os outros só nos resta fechar, alguns, as portas ou subsistirmos sozinhos como sempre fizemos, ou seja “morrermos” asfixiados pela ditadura imposta nesta cidade. E com este nosso discurso não estamos contra os comerciantes que não pagam mas sim, com os que pagam.
 
Apesar de nos poder dizer que se orientou pelos limites geográficos do centro histórico, a requalificação, o que está em causa, e volto a afirmar, é a discriminação, pois estamos todos no mesmo “barco”, se me permite a expressão, ou seja incentivar o comércio, combater a crise e dinamizar a nossa cidade.
 
O local em questão, como já referimos, tem comércio e serviços e poderia ter mais, especificamente, no Centro Comercial da mesma zona, se a Câmara ajudasse nesse sentido, incentivando a abertura de lojas que estão fechadas, em vez da expansão que se tem verificado para a periferia da cidade, talvez estivéssemos todos do mesmo lado. Querendo com isto dizer que tudo é necessário, mas com conta peso e medida.
 
Mudando ligeiramente de assunto, porque um problema leva ao outro, uma das grandes agonias deste centro foi o trânsito que se retirou de maneira inqualificável do mesmo, assim como as obras “rocambulescas” que se arrastaram anos e que se continuam a efectuar sem consulta, sem consideração, sem ouvirem a quem de direito. Como é que V. Exa. quer modernizar, promover, desenvolver e melhorar condições habitacionais no centro, se começa, logo, com discriminação do espaço público e comercial? Como é que quer mobilidade urbana, com a geografia da nossa cidade, se não cria acessibilidades para tal?
 
Pelo contrário, destruiu-as. E todas as que tente implantar são conforme a sua vontade e não as necessidades do cidadão. Em vez de museus, paços do concelho, utilizasse esse dinheiro para incentivos concretos de maneira a chamar ao centro/histórico/urbano, serviços e ajudasse com o mesmo as pequenas empresas, talvez a “massa humana” não fosse afugentada deste centro.
 
Não sei porque ainda me espanta a falta de consideração do poder local pelos seus comerciantes. Mas com uma atitude destas da vossa parte, leva mais uma vez a que os comerciantes se revoltem e protestem com a falta do vosso apoio.
 
Sem outro assunto de momento,
Atentamente,
 
Segue-se um abaixo assinado dos comerciantes da Praceta do Chafariz e não só…..

 

No passado dia 16 de Maio a Comissão Politica do PSD de Abrantes realizou o 3º Encontro de Autarcas com a presença do candidato do PSD às próximas eleições autárquicas, Santana Maia. 
 
Dando início à ordem de intervenções, coube ao presidente da Junta de Freguesia de Alvega, António Moutinho, após uma pequena nota de boas vindas, fazer o balanço do actual mandato, sublinhando-se a luta permanente pelos interesses de Alvega.
 
Seguiu-se o Presidente da Comissão Politica Concelhia, Gonçalo Oliveira, que, aproveitando o tema da interligação entre os diferentes órgãos autárquicos, referiu ser insustentável e indefensável a situação actual em que os órgãos executivos decidem sem ter em conta o interesse das pessoas e das populações e sem as consultar. Considerou, por isso, que a credibilização da classe política passa necessariamente por uma maior proximidade com o cidadão e as populações que servem, devendo-lhes dar voz e ouvi-las, para melhor decidir.
 
Armando Fernandes, coordenador na Assembleia Municipal, falou sobre o papel fiscalizador da Assembleia Municipal, onde exemplificou de maneira clara e sintética as qualidades que o deputado municipal deve ter – competência, capacidade de reacção, conhecimento profundo dos dossiers – e os cuidados na preparação das suas intervenções.
 
Rui André, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos, abordou a temática social das Juntas de Freguesia. Sublinhou que estas devem fomentar, no seu dia-a-dia, uma parceria de ajuda entre todas as entidades sociais da freguesia com o fim de aumentar e, sobretudo, melhorar a ajuda social às pessoas mais carenciadas independentemente da sua classe social. O papel dos presidentes de junta é fundamental na actual conjuntura de crise, deve ser uma pessoa proactiva e procurar todos os meios para ajudar os mais carenciados, que continuam aumentar, para evitar os casos de exclusão social que já se vive na maioria das freguesias do concelho.
 
José Moreno, vereador na Câmara Municipal de Abrantes, salientou o papel passivo dos cidadãos em relação às decisões dos órgãos autárquicos e sublinhou a falência total dos actual modo organizativo da autarquias, sugerindo a sua alteração tão rápida quanto possível, através da revisão urgente de Lei das Autarquias.
 
No período de debate, moderado por Belém Coelho, deputado municipal, assistiu-se a um debate participativo, que veio demonstrar que esta iniciativa teve e tem interesse para as pessoas e que se deverá repetir nos próximos meses.
 
Para culminar este encontro, Santana Maia realçou algumas das características que um Presidente da Câmara Municipal deve reunir, realçando a capacidade para escutar as necessidades das populações, lembrando aos presentes que os autarcas, todos eles, devem ter consciência que os cargos são efémeros e que devem ser usados escrupulosamente na defesa dos interesse das pessoas e não da sua pessoa, dos seus amigos ou de um grupo de interesses. A honestidade política é essencial, para que as pessoas se identifiquem com quem os governa. Os governantes, numa fase inicial, devem procurar ouvir as pessoas e inclui-las no processo de decisão. A gestão da coisa pública só tem significado se assim for. Os governantes devem dar o exemplo, sempre e em todas a circunstâncias, e, nessa linha, referiu a vergonha que configura para todos o nova lei do financiamento dos partidos, esperando, por isso, que o Presidente da República não a aprove, para transmitir à população um sinal de que também os políticos devem ser solidários com o tempo de crise que se vive.

 

No dia 19 de Maio, Santana Maia, candidato do PSD à Câmara de Abrantes, visitou a Universidade da Terceira Idade de Abrantes. A visita foi conduzida pela Ex.ma Senhora Dr.ª Maria do Rosário Chambel.
 
A Universidade da Terceira Idade de Abrantes, sita na Rua Actor Taborda nº15, foi fundada no dia 4 de Maio de 1998, através da iniciativa da Palha de Abrantes e da TAGUS. Após três anos de funcionamento a UTIA tornou-se independente e constitui-se como associação, com estatutos e órgãos sociais autónomos em 10 de Maio de 2001.
 
A UTIA desenvolve acções que favorecem o acesso de pessoas a novas oportunidades sociais, culturais e educacionais, assentando numa terapia contra o isolamento e a solidão dos aposentados que se manifesta na saúde física e mental de quem a frequenta.
 
Quem visita a UTIA não pode deixar de constatar, por um lado, a grande relevância social do serviço prestado pela associação e, por outro, a falta de condições em que a associação trabalha e que exigia uma maior atenção da autarquia. Com efeito, sendo a solidão dos aposentados um dos grandes dramas sociais dos nossos dias, exigia-se da autarquia uma (muito) maior sensibilidade e apoio a este tipo de associações e iniciativas.
 
Esta candidatura não esquece o esforço tremendo de todos os dirigentes que dedicam os seus tempos livres à causa pública, militando nas diferentes associações do nosso concelho, lutando contra todas as adversidades, que são muitas, a começar pelo abandono a que são votados pelo município. Estas pessoas enchem-nos de orgulho e fazem-nos ter esperança num futuro melhor, sendo certo que solidariedade social é uma dádiva fundamental na construção de uma sociedade equilibrada, harmoniosa e justa.
 
No próximo dia 21 de Maio, a UTIA comemora o dia nacional das universidades seniores, com um desfile de universidades e suas bandeiras e estandartes, às 10H30, e um programa cultural a desenvolver no teatro S. Pedro, com início às 15H, com a actuação do grupo Cavaquiarte (da UTIA) e encerramento às 18H00 com a actuação da Tuna da Amizade (da UTIA).

por Manuel Catarino

 
Quando Carlos Bento e João Maia Alves escrevem sobre Mouriscas e o seu Tejo, as palavras traduzem investigação e rigor. Fazem-no também por amor a esta terra que os viu nascer e que lhes fez crescer este sentimento tão português, a saudade.
 
Através dessas e de outras leituras e também de vivências, aprendi a conhecer as pessoas e a perceber a sua ligação ao rio Tejo. Ele foi até aos anos 50 a grande estrada que ligava Mouriscas à zona da lezíria a jusante ou Vila Velha de Ródão, a nascente. Era por aqui que eram escoados os tijolos e telhas provenientes dos fornos que aqui os fabricavam, a cortiça cortada nos montados da Beira Baixa e Alto Alentejo, o azeite e outros produtos agrícolas que se destinavam a alimentar as cidades que o rio banhava.
 
Mas o Tejo era muito mais que um lençol de água navegável. Era uma fonte de proteína, para intervalar com a carne de um porco, obrigatoriamente dividida por todo um ano. Era pois ali que, ao fim de um dia de trabalho, se ia pescar o tal peixe como complemento alimentar, ou mesmo se fazia vida profissional da actividade piscatória. Era ainda para ali que, ao domingo, iam famílias e grupos de jovens, porque era a praia que tinham à mão.
 
Hoje, no mercado que ainda se faz ao domingo podemos ver pescadores com lampreia, um ou outro sável, uns quantos barbos e muges. E são muitas as pessoas que o levam para casa e dizem que sim, que aquilo é que é peixe, muito melhor que o do mar.
 
No dia 10 de Junho, Mouriscas vive o dia de Portugal de uma forma diferente e que evidencia esta relação com o seu Rio. As pessoas de beira-rio e os pescadores oferecem o peixe, num almoço junto à margem, aberto a quem quiser participar. Este dia tão simbolicamente importante foi escolhido porque a relação dos mourisquenses com o seu Rio tem igual relevância.
 
Os tempos mudaram e o Tejo já não é o que era. Os pescadores profissionais lançam as redes depois do açude de Abrantes e em outras águas, os pescadores desportivos também tiveram de procurar momentos de lazer noutros aquíferos e até os corvos marinhos tiveram que debandar à procura de alimento. O executivo de Abrantes não só desprezara este Tejo, nem de um caixote de lixo este troço de rio era digno, como, com a construção do tal dique, lhe roubara os tradicionais peixes. E, no 10 de Junho, como no ano passado, a tal caldeirada confecciona-se com peixe congelado apanhado eventualmente noutro Tejo.
 
Facilmente percebemos que esta relação é económica e é cultural. É a vida das pessoas e a vida do seu Rio. Mas, se os senhores que mandam não acreditam nas pessoas de Mouriscas, porque não içaram bandeiras junto aos Paços do Concelho, talvez Pessoa, nas palavras de Alberto Caeiro os toque:
 
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
.………………….
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
 

por Dora Caldeira

 

Diz o dicionário que o significado de Banco é uma instituição que serve para guardar ou conceder empréstimos. Ora, guardar é um verbo que não denota grande iniciativa ou movimento e quem concede empréstimos, geralmente quer à posteriori reaver mais do que aquilo que emprestou.
 
Por isso, quando leio as noticias na imprensa regional sobre os vários Bancos que a Câmara Municipal de Abrantes divulga, e falo, nomeadamente, do Banco Local de Voluntariado, Banco Social e Banco do Tempo, faz-me alguma confusão de que forma é que estes poderão movimentar pessoas ou, melhor, dar-lhes mais qualidade de vida.
 
Na verdade, já li várias propagandas e publicidades dos mesmos… Mas, como estão a ser executados? Com quem estão a ser postos em prática? Que resultados e consequências estão a ter nas pessoas do concelho de Abrantes? De actos concretos, de pessoas com rosto, disso não ouvi nem falar, quanto mais ver escrito …
 
Atrevi-me a usar o meio de comunicação e de informação mais vasto da actualidade, ou seja, a internet, para verificar se encontrava algo palpável do que tenho visto propagandeado nos jornais regionais e na revista camarária “Passos do Concelho” e apenas encontrei mais textos propagandísticos e este blog que vos convido a consultar, mais que não seja para aferirem se eu tenho ou não tenho razão no que digo:
 
 
Caros amigos, é caso para dizer que, com estes BANCOS, vamos continuar em BRANCO!

  

O candidato do PSD à Câmara Municipal, Santana Maia, realizou, nas últimas semanas, um périplo por todas os estabelecimentos comerciais de Alferrarede, Tapadão, Alferrarede Velha, Barca do Pego, Amoreira, Rio de Moinhos e grande parte dos estabelecimentos da cidade de Abrantes (zona histórica e zona envolvente). E pretende, nos próximos dois meses, visitar os restantes estabelecimentos comerciais do concelho.

 
Numa altura em que o “comércio local tradicional” passa por grandes dificuldades e a única coisa com que tem contado das autoridades públicas tem sido mais impostos, taxas e coimas, Santana Maia pretende, com a sua deslocação pessoal aos estabelecimentos comerciais, transmitir-lhes a sua solidariedade para com uma actividade essencial para a vida do concelho e oferecer a sua disponibilidade e boa vontade para os ajudar no que puder.
 
É importante, tendo em especial atenção a crise actual, que a Câmara Municipal assuma um papel proactivo junto dos pequenos comerciantes e que não se esconda atrás de protocolos celebrados com associações e instituições que, como muito bem sabe, não só não dispõem dos meios necessários para actuar em tempo e com a qualidade desejada, como também não lhes compete definir a política de desenvolvimento do concelho, da responsabilidade exclusiva do executivo municipal.
 
É certo que o “comércio local tradicional”, num mundo em constante mudança, nem sempre se adapta à velocidade desejada. Mas é um erro medir a importância das empresas e do comércio apenas tendo em conta o seu tamanho. As pequenas empresas e o pequeno comércio empregam e dão de comer a mais gente que todas as grandes empresas juntas. As pequenas e médias empresas são as grandes empregadoras do concelho e do país. Consequentemente, o “comércio local tradicional”deve ser encarado, pela autarquia, como o principal factor de dinamização dos centros urbanos.
 
Para além disso, o “comércio local tradicional” tem uma importante função social, na medida em que muitos idosos e pessoas com dificuldades temporárias nele encontram resposta para as suas necessidades de convívio, contacto e mesmo económicas.
 
Esta candidatura defende um “comércio local tradicional” de excelência, que sirva de apoio à afirmação da marca “Abrantes” e que promova os produtos e tradições locais. Acreditamos que a afirmação do concelho depende deste sector, que tem a responsabilidade de receber, em primeira-mão, quem cá está e quem nos visita e, como tal, deve traduzir essa responsabilidade num atendimento personalizado e de qualidade.
 
Com o crescimento do comércio local tradicional, todo o concelho ganha, em competitividade, imagem, e em desenvolvimento. Connosco, Abrantes vai passar a estar na moda e a ser falada a nível nacional.