DE CIDADE FLORIDA A ZONA FRANCA DA CRIMINALIDADE
Declaração dos vereadores eleitos pelo PSD
Na reunião da câmara de 20 de Setembro de 2010, os vereadores eleitos pelo PSD fizeram uma intervenção denominada "DE CIDADE FLORIDA A ZONA FRANCA DA CRIMINALIDADE" onde denunciaram, mais uma vez, a situação absolutamente insustentável a que tinha chegado a cidade de Abrantes, em termos de segurança pública, afirmando designadamente o seguinte:
«Existem fortes indícios de já se viver em Abrantes situações de cariz mafioso, como é o caso de extorsão de dinheiro e de bens a comerciantes, através da intimidação física e da coação psicológica, e de esquemas de contratação de elementos de comunidades marginais para amedrontar e afugentar a clientela de estabelecimentos comerciais concorrentes.
É, aliás, surpreendente como se consente que indivíduos que se dedicam a este tipo de actividade, se passeiem, com a maior das naturalidades, pelas ruas da nossa cidade armados, exibindo a arma e apontando-a a quem lhes apetecer, e em carros portadores de autênticos arsenais bélicos.»
No seguimento desta nossa intervenção, em vez de termos sido elogiados pela coragem de denunciar publicamente uma situação que muitos abrantinos viviam e sofriam em silêncio, há muito tempo, fomos, antes, duramente criticados, quer pela senhora presidente da câmara, quer pela Polícia de Segurança Pública (que reagiu através de comunicado), acusando-nos de alarmistas e garantindo publicamente que Abrantes era uma cidade segura.
Os vereadores eleitos pelo PSD vêm agora dar a conhecer que o Ministério Público acaba de deduzir acusação contra diversos indivíduos por associação criminosa, extorsão na forma continuada, coação, dano, ofensas corporais e ameaça agravada, designadamente por se ter constituído «no ano de 2000, um grupo com estrutura organizada, de carácter permanente e estável, o qual tinha por único objectivo a obtenção de quantias monetárias de valor não inferior a 50€, bem como de géneros alimentícios e outras mercadorias, fornecidos por inúmeros proprietários de estabelecimentos comerciais da cidade abrantina e, como contrapartida, este grupo dizia-lhes que lhes dava protecção.
A obtenção dos valores monetários desta forma ficou conhecida por "camorra", sendo que as quantias assim obtidas eram distribuídas pelos vários elementos do grupo.»
Ou seja, como resulta expressamente da acusação, desde o ano 2000 que os comerciantes abrantinos vivem sob a "protecção" de grupos de marginais a quem têm de pagar a "camorra", em vez de estarem sob a protecção das autoridades públicas que, pelos vistos, não só não os protegeram como ainda tiveram a desfaçatez de criticar aqueles que tiveram a coragem de denunciar esta situação com risco da sua própria vida.
Esperemos agora que as autoridades públicas consigam, ao menos, garantir a protecção e a segurança das testemunhas e dos estabelecimentos comerciais.
Ver DOSSIÊ VIII: Segurança