RPP SOLAR: OPOSIÇÃO CRITICA CÂMARA
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Os vereadores da oposição da Câmara de Abrantes acusaram esta terça-feira, 7 de Agosto, a maioria socialista de “falta de cuidado” na cedência de terrenos à RPP Solar, uma empresa que prometia 1900 empregos mas cujo contrato com o Estado foi agora denunciado.
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Para o vereador social-democrata Santana-Maia Leonardo, a autarquia "já foi suficientemente espoliada" no âmbito deste processo, tendo lembrado que o anterior executivo (liderado pelo socialista Nelson de Carvalho) "comprou o terreno por um milhão de euros para o entregar ao empresário por uma décima parte daquele valor "(100 mil euros).
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Na segunda-feira, o Governo decidiu rescindir um contrato de investimento entre a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e a RPP Solar, no valor de 1.052 milhões de euros, destinados à construção de uma fábrica de painéis foto voltaicos, em Abrantes.
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"Não me surpreende a mim nem deve surpreender ninguém porque há mais de dois anos, com os sucessivos adiamentos, que se tornou evidente que o projecto não iria para a frente", disse à agência Lusa Santana-Maia Leonardo.
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"O que a câmara deu ao empresário foi um autêntico achado, só o povo português e o município de Abrantes é que não lucraram nada com o negócio, feito em ano de eleições", apontou.
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O advogado e vereador social-democrata defendeu ainda à Lusa a "interposição de uma acção judicial e disciplinar contra todos aqueles que não acautelaram os interesses do município, revelando ligeireza e falta de cuidado na elaboração do contrato e aprovação do projecto". (...)
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Em meados de 2011, o empresário alegou que o projecto foi "apanhado no turbilhão da crise que causou graves dificuldades de financiamento nacional e internacional".
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Para Santana-Maia Leonardo, "estes prazos têm sido pedidos apenas para ganhar tempo. E sabemos que, em Portugal, o tempo é um factor essencial para mascarar e diluir as responsabilidades", notou.
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Ver DOSSIÊ VI: RPP Solar