Fernando António Dias Correia
*Osteopata e Naturopata (Lei nº 71/2013) - Telemóvel: 910 777 707
Exame Médico Desportivo
Não obstante todos os procedimentos legais do exame médico desportivo, a morte súbita de atletas de alta competição, continuamente acompanhados, insiste em verificar-se.
Perante tal situação, os responsáveis afirmam que o Exame Médico Desportivo tem de ser revisto, só que não se avança por desconhecimento das possíveis causas da situação.
Considerações gerais
A desidratação pode conduzir à morte. Na verdade, um procedimento comum nos hospitais para tratá-la consiste na administração de soros em infusão contínua. Aparentemente, o raciocínio sobre desidratação não está presente quando se procede ao exame avaliação médico desportivo ou ao exame post-mortem, em casos fatais.
Esta avaliação, tão simples, poderia confirmar objetivamente a causa de tantas mortes e, mais importante - poderia reduzir significativamente a morte súbita no desporto e também nas restantes faixas da população.
Porque faleceu Féher e não Jardel? Que tinham em comum? O futebol era o fator dominante, mas algo não era hábito de ambos… Enquanto Jardel bebia cerveja, por vezes imoderadamente, Féher era mais contido e nem uma discoteca frequentava.
Jovem disciplinado e bem formado, Féher não dispunha da informação seguinte: "As necessidades básicas do organismo satisfazem-se com o mínimo de 1.500 ml diários de líquidos, aos quais acresce um mínimo de 500 ml para garantir a lubrificação articular. Mas se é jovem e ativo, 2.000 ml diários não chegam, são necessários pelo menos 3 litros de líquidos por dia. Sendo atleta de alta competição, é necessário considerar a carga horária de esforço físico, tal como um recruta militar, um servente das obras, um marmorista e outros profissionais de desgaste rápido… Aqui, torna-se necessário aumentar os consumos para 5, 6 ou 8 litros diários de líquidos, variando a quantidade com o esforço despendido."
É possível colocar como hipótese para o desenlace fatal, embora não seja fácil comprovar, que Féher terá falecido vítima de “vazio discal”, localizado à coluna cervical, achado que, provavelmente, não terá sido explorado na autópsia.
Mário Jardel, se sujeito a exame, não deverá revelar “vazio discal” cervical, apesar de existirem exceções resultantes de outras anomalias a considerar, mesmo em pessoas sem desidratação e, até à data, não terá apresentado sintomas ou sinais desta patologia que já vitimou tantos…
As causas
Desidratação mata como?
"Sabemos que o corpo tem por base de funcionamento toda a informação e programação contida no cérebro; que qualquer órgão é comandado pelos impulsos nervosos emanados pelo cérebro; que toda a comunicação se processa através da espinal medula e suas raízes; que o canal raquidiano que a contém e protege está inserido na coluna vertebral”.
O “vazio discal” origina ações compressivas e consequente interrupção dos impulsos nervosos originados no SNC. Este facto poderá explicar a paragem cardíaca súbita e condicionar o surgimento de outras doenças.
O que está em falta e propostas
Atualmente, o exame médico desportivo não terá em conta a avaliação do grau de desidratação e o estabelecimento de medidas que permitam um controle eficaz.
O TAC ou RMN da Coluna Cervical deverá constituir-se como um meio complementar valioso no enriquecimento do exame médico desportivo ou mesmo na autópsia. Perante “vazio discal” deverá o atleta ser interditado de treinar ou competir até total resolução do problema, devendo ser submetido a reavaliações frequentes.
Notas
Desidratação - Insuficiente ingestão de líquidos capazes de produzir” vazio discal”.
“Vazio discal” - Reduzido espaço intra-articular, provocado por insuficiente ingestão de líquidos ou por oxidação que bloqueia a articulação e induz “retro feedback” sobre o SNC levando este a interpretar que pode “dispensar” aquele segmento anatómico, por ter deixado de estar ativo.
Oxidação - Perante diminuta ingestão de líquidos, discos e cartilagens de articulações cedem água para garantir a lubrificação, até originar um processo oxidativo, bloqueador de articulações. Vai instalar-se uma Acão compressiva sobre as raízes nervosas e surgem as disfunções. A oxidação articular também se pode verificar devido a maus hábitos posturais e situações traumáticas resultantes de quedas, esforços excessivos ou mau desempenho técnico-desportivo ou profissional. É deste modo que o “vazio discal” se pode verificar apenas numa articulação ou grupo de articulações, e é particularmente na cervical que se deve definir a situação de "grupo de risco".
Soluções - A recuperação do paciente que apresenta “vazio discal”, passa por aumentar o consumo de líquidos para valores adequados e pelo desbloqueamento articular através de técnicas manipulativas em uso na Osteopatia.
Manipulação vertebral - Define-se como "uma Acão forçada, rápida e breve ao nível da articulação. Sendo um movimento executado em alta velocidade mas, tão curto… tão curto… que, não passa de uma vibração." Daí que, em alguns casos, possa acontecer que algum osteopata afirme: "não se pode mexer, não se pode fazer nada"; e, fala bem, pois se não tem condições para atuar, não deve tentar. O Osteopata deverá ter, associado à sua vida, um passado e presente desportivo com características gestuais de alta velocidade, que lhe confiram a capacidade de produzir vibrações sem criar situações de risco ou agravar patologias existentes.
Legislação - De momento existe a lei nº 45/2003, de 22 de Agosto, para o exercício das "Terapêuticas Não Convencionais", em que se enquadra a Osteopatia, mas a ausência da regulamentação desta lei não permite a sua existência legal e o controle adequado por parte do Estado.
Senhor Legislador da Ordem dos Médicos
Considere que tem um trabalho em mãos; para sermos mais precisos: dois trabalhos!
"O Futuro da Medicina é a União de Todo o Conhecimento."