O patrão
A vida foi a minha única escola,
Nas obras trabalhei, fiz uns biscates,
Aprendi a fazer uns disparates,
Cheguei a passar mal, a pedir esmola.
Hoje tenho uma empresa, não dou bola,
Sou um grande empresário com tomates,
Tenho carros, piscina e uns dislates
De subsídios tirados da cartola.
A minha vida vai de vento em popa,
Mas a empresa já só produz credores
E o destino vai ser a bancarrota.
Devo a todos (até trabalhadores)
E mesmo nos impostos já se poupa...
Eis o fim natural dos impostores.
Ponte de Sor, 3 de Novembro de 2005