O eleito
Do varandim saúda a multidão
Que em baixo rejubila coa vitória.
Quantas mentiras! Quanta falsa história!
O preço pra vencer a eleição.
Povo infeliz não vota em quem é são
E o voto da vitória vem da escória.
Povo infeliz de tão fraca memória
De que o poder reflecte a podridão.
No poder, como é fácil esquecer
Tuas promessas cínicas de esquerda
Com que salvaste o coiro de perder.
Mas não estranhes, também, que quem não herda
O prometido te venha dizer:
Raios te partam, mentiroso de merda!
Quarteira, 5 de Outubro de 2005