O cacique
Presidente da Câmara da terra,
Sou dono do destino desta gente,
Dou-lhes emprego, mostro-lhes o dente,
Sou o senhor feudal sempre na berra.
Ganhar é o mais fácil nesta guerra.
O voto é tão barato e felizmente
Para o comprar e ser-se presidente
Basta só o charme que o poder encerra.
Algumas aldrabices, esquemas baços,
Muito ajudam a estar sempre na moda
Que o poder também tem e cria laços.
Cartilha do poder? Eu sei-a toda:
Beijos, sorrisos, tachos e abraços.
Quanto ao resto, o povo que se foda!
Ponte de Sor, 7 de Outubro de 2005