Há vinte anos que estamos a ser governados pela versão portuguesa da geração "Sexo, Drogas e Rock 'n Roll". Ou seja, a geração da "realização pessoal". E, em nome da realização pessoal, sacrificou-se tudo, até a família e os amigos. A honra foi um valor desprezado, denegrido e totalmente esvaziado, ao ponto de praticamente ter desaparecido do nosso vocabulário. Ora, a honra é a trave mestra do edifício dos valores. Não há instituição, comunidade ou sociedade que consiga manter-se de pé sem valorizar a gente honrada.
Acontece que, nos últimos 40 anos, ao mesmo tempo que a gente honrada era perseguida, enxovalhada e ridicularizada, os "chicos espertos" tomavam de assalto todas as instituições (partidos, autarquias, escolas, tribunais, Assembleia da República, Governo, Presidência da República, etc. etc.) e institucionalizavam, como ideologia da IIIª República, o "chico-espertismo".
Instalada no poder que abominava, a geração de Maio de 68, em nome de um ensino centrado no aluno, destruiu a Escola; em nome da ressocialização do arguido, destruiu a Justiça; em nome do superior interesse das crianças, destruiu a Família; e, em nome do interesse nacional, destruiu Portugal. De boas intenções está o inferno cheio e foi em nome de boas intenções que foram demolidas paredes-mestras das nossas instituições com vista a um maior arejamento. O problema é que as instituições, em vez de ficarem mais arejadas, acabaram por ruir com estrondo sobre a cabeça dos alunos, professores, arguidos, ofendidos, filhos, pais, avós e cidadãos portugueses.
Estamos, hoje, apenas, a colher o que semeámos….
Maio de 2012