O aristocrata natural
Antes do 25 de Abril, bastava alguém manifestar uma ligeira opinião discordante, para logo se silenciar com o rótulo implacável de «comunista». Veio o 25 de Abril e passou a ser o rótulo de «conservador» a colar-se em todos aqueles que se recusassem a embarcar em aventureirismos e experimentalismos, por mais absurdos que fossem.
Os bons eram os progressistas. E foram precisamente estes que, durante quarenta anos, com as suas reformas progressistas e os seus experimentalismos arruinaram e destruíram a nossa Economia, Sistema Educativo, Justiça, Família, Autoridade, Soberania, etc. etc. etc., não deixando pedra sobre pedra.
Tivessem sido os nossos políticos mais prudentes e mais sensatos, ou seja, mais conservadores, e hoje o país não estaria tão pobre e com todas as suas instituições arruinadas, física e moralmente.
Não receie, pois, o leitor que lhe chamem conservador. Ser conservador não é ser contra a mudança do que está mal, mas olhar com desconfiança e reserva para todos os experimentalismos, única forma de preservar o que há de melhor na herança comum. Como ensinava Edmund Burke, o conservador é «uma voz permanente, serena mas firme, num oceano de mudança, que simplesmente aguarda o regresso do bom senso e do bom gosto.»
Dezembro de 2011