Abrantes
Recordar um texto que escrevi precisamente há um ano.
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Santana-Maia Leonardo - Nova Aliança de 24-7-2015
Houve, uma altura, em que acreditei que Abrantes tinha carácter para se afirmar como uma das cidades mais importantes da região centro, capaz de fazer a ponte entre Lisboa e Espanha, liderando o território até à fronteira espanhola e funcionando como uma cidade tampão no processo de desertificação.
Enganei-me redondamente. Enquanto D. Luísa de Gusmão preferia ser rainha por um dia do que duquesa toda a vida, Abrantes optou por ser duque a vida toda. Mas infelizmente nem duque de trunfo é. Pelo contrário, Abrantes é, hoje, a carta mais descartável do baralho do Médio Tejo e do distrito de Santarém.
E não nos iludamos: Abrantes já não tem condições para reverter a situação até porque o processo de desertificação começa sempre por levar os melhores, os mais qualificados e os mais ambiciosos. E não se muda o destino de uma cidade ou de uma região quando se deixa partir os melhores.