A Raiva e o Orgulho
Extractos do livro " A RAIVA E O ORGULHO" de Oriana Fallaci
*escrito em Setembro de 2001, após os atentados de 11 de Setembro
«Há momentos na Vida em que calar se torna uma culpa e falar uma obrigação. Um dever cívico, um desafio moral, um imperativo categórico a que não podemos fugir.» (pág. 14)
«Para mim, escrever é uma coisa muito séria. Não é uma brincadeira, uma distracção ou um desabafo. Não o é porque nunca me esqueço que de que as coisas escritas podem fazer um grande bem e também um grande mal, curar ou matar. Estuda a História e verás que, por detrás de cada acontecimento de Bem ou Mal, há sempre um escrito. Um livro, um artigo, um manifesto, uma poesia, uma oração, uma canção.» (pág. 19-20)
«O Passado é uma escola que não se pode prescindir, porque, quando não se conhece o Passado, não se poderá entender o Presente nem tentar influenciar o Futuro com os sonhos e as fantasias.» (pag.117)
«É um país tão dividido, a Itália! Tão faccioso, tão envenenado pelas suas mesquinhices tribais! Odeiam-se mesmo no interior dos partidos políticos, na Itália. Não conseguem manter-se unidos nem quando têm o mesmo emblema. Ciumentos, biliosos, vaidosos e mesquinhos, só pensam nos seus interesses pessoais. Só se preocupam com a sua carreirinha, com a sua gloriazinha, com a sua popularidade superficial e supérflua. Pelos seus interesses pessoais tornam-se despeitados e traem-se uns aos outros...» (pág.73-74)
«Os budistas nunca usam a palavra "inimigo". Apurei que nunca fizeram prosélitos com violência, nunca efectuaram conquistas territoriais a pretexto da religião e nem sequer concebem o conceito de Guerra Santa.» (pág.125)
«A Itália produz mais cavalieri e commendatori que brutamontes e vira-casacas. Uma vez um Presidente da República queria meter-me nesse montão. Para o impedir, tive de lhe mandar dizer que, se o tentasse, mover-lhe-ia um processo por difamação.» (pág.163-164)
«Porque está definida há muitos séculos e é muito precisa, a nossa identidade cultural não pode suportar uma onda migratória composta por pessoas que, de uma forma ou de outra, querem mudar o nosso sistema de vida. Os nossos princípios, os nossos valores.» (pág.145-146)
«Estou a dizer que não há lugar para os muezins, para os minaretes, para os falsos abstémios, para o maldito chador e o ainda mais maldito burkah.» (pág. 146)