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COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

No passado dia 6, fui um dos privilegiados por fazer parte dum evento que reuniu centenas de pessoas na FNAC do Colombo.

O lançamento do best-seller "Este Ano Vais Ser o Melhor Aluno! - 'Bora lá?" da autoria do Prof. Jorge Rio Cardoso e editado pela Guerra e Paz.

O sucesso do livro está garantido, resta-me, por isso, desejar-lhe felcidades.

Um abraço, Professor!

Fotos: com Prof. Jorge Rio Cardoso, o autor do livro, e com Ana Cardoso Santos.

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Santana-Maia Leonardo - Diário As Beiras de 21-9-2016

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O mundo romano levantou-se contra a aldeia gaulesa de Chaves pela exorbitância do preço dos bilhetes cobrados aos benfiquistas. Até o presidente da Liga, que não foi capaz de impor a Roma a centralização dos direitos televisivos, instrumento decisivo para a competitividade dos campeonatos e para a honestidade da competição (somos a única liga europeia onde isso não se verifica), e que era a trave-mestra do seu programa eleitoral, veio agora a terreiro escandalizar-se com o preço dos bilhetes.

Pelos vistos, o argumento do Benfica para vender os direitos televisivos pelo preço que lhe apetece e sem disso dar contas a ninguém, já não se aplica a uma simples venda de bilhetes para um jogo pelo Chaves? O que distorce mais a verdade desportiva e coloca verdadeiramente em causa a competitividade do campeonato: a não regulamentação da venda dos direitos televisivos ou do preço dos bilhetes para um jogo de futebol?

Bastaria, aliás, o Presidente da Liga ter cumprido aquilo a que se comprometeu de centralizar os direitos televisivos, condição essencial para a nossa liga ter aquele mínimo de higiene que torna o cheiro suportável, para o Chaves não necessitar de vender bilhetes tão caros.

Sem esquecer que o argumento de que a exorbitância do preço dos bilhetes é a principal causa para os adeptos portugueses não irem ao estádio é, no mínimo, hilariante. E Chaves é um bom exemplo disso: a única vez que vai ter o estádio a abarrotar pelas costuras é quando os bilhetes têm um preço exorbitante, porque, quando são baratos, o estádio está às moscas.

Além disso, já que os benfiquistas, como tanto gostam de se gabar para humilhação de quem os recebe em sua casa, se preparam para transformar o Estádio do Chaves no Estádio da Luz, é justo que a receita também seja igual à do Estádio da Luz.

Tal como Sartre, também eu "detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos." E esta subserviência de um país inteiro ao eucalipto em que se transformou Lisboa e que os seus dois clubes tão bem representam, ao ponto de, tal como Lisboa, se acharem que são Portugal (???!!!....), faz-me ter vergonha de ser português.

Adeptos de Primeira.jpgDo estudo da UEFA sobre a relação entre clubes e adeptos, publicado no início deste ano, facilmente se conclui não só que somos um caso único na Europa como também que o campeonato português é um campeonato viciado à nascença, sem qualquer possibilidade de regeneração nos anos mais próximos.

Os campeonatos de clubes são campeonatos entre cidades, bairros (no caso das grandes metrópoles) ou regiões, tal como os campeonatos das selecções são campeonatos entre países.

É, por isso, natural que a esmagadora maioria dos alemães torça pela Alemanha, assim como a implantação do Bayern seja em Munique, do Manchester em Manchester e do Barça em Barcelona.

O Real e o Barcelona juntos têm 33% dos adeptos espanhóis e a sua implantação é em Madrid e Barcelona, respectivamente. A implantação do Manchester United é de 14% em Inglaterra e em Manchester.

Só em Portugal não é assim. Com efeito, ao contrário do resto da Europa em que cada um defende os seus, sejam pequenos ou grandes, só em Portugal, repito, só em Portugal, é quebrada esta relação entre o clube e as cidades/regiões.

Só o Benfica tem hoje 47% dos adeptos portugueses e espalhados por todo o território nacional (o Sporting e o Porto têm, praticamente, o resto).

Isto tem a ver obviamente com uma questão de carácter que nos devia envergonhar a todos e que explica muito da nossa sabujice como povo. Ou seja, a esmagadora maioria dos portugueses é do que ganha.

E essa é uma questão cultural que inquina não só o campeonato português como a própria democracia.

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Fui chamado a cumprir o serviço militar obrigatório, em Agosto de 1983, quando estava prestes a passar à reserva territorial. Na altura, estava a iniciar o meu estágio profissional e tinha dois filhos menores com 3 e 2 anos, respectivamente. No entanto, o grande número de objectores de consciência desse ano fez com que eu tivesse sido chamado, quando já não era previsível que fosse.

Face à minha situação familiar e profissional, toda a gente, excepto a minha família directa, me aconselhava a invocar também a objecção de consciência. Acontece que não está no meu ADN familiar fugir à assumpção das minhas obrigações por muito custosas que elas sejam. E apresentei-me na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, no dia 15 de Agosto de 1983.

Cumpri o serviço militar obrigatório na Escola Prática de Infantaria, em Mafra (15/8/1983 a 15/12/1983), onde fui o 1.º Classificado do Curso de Oficiais Milicianos, na minha especialidade, e, no BIMec, em Santa Margarida (1984), onde comandei o pelotão de Morteiros Pesados, na Companhia de Apoio de Combate comandada pelo Capitão Santos, dos Comandos.

O BIMec foi, no entanto, fundamental na minha formação. E num momento em que a "tropa fadanga" volta colocar em causa a "tropa", quero deixar aqui o meu testemunho de que o ano que passei no BIMec, extremamente duro, sob o comando do Capitão Santos, dos Comandos, foi mais importante na minha formação do que todos os anos que passei na escola e na universidade (duas licenciaturas e, a segunda, nunca a teria conseguido tirar, nas circunstâncias difíceis em que o consegui, se não tivesse servido no BIMec).

Na minha companhia, os oficiais distinguiam-se dos soldados por duas razões: nos exercícios, o oficial era o primeiro a fazê-los; nas refeições, o oficial era o último a ser servido. Este é um ensinamento para a vida. Foi no BIMec que aprendi a diferença entre mandar e comandar. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumentam as obrigações e diminuem os direitos.

Conheço muito poucos portugueses cientes desta diferença absolutamente essencial entre mandar e comandar: quem manda dá ordens; quem comanda dá o exemplo. Por isso, abundam por aí os chefes e faltam os líderes. 

Já Camões se queixava disso ao rei D. Sebastião, no final do Canto X de “Os Lusíadas”: «Fazei, Senhor, que nunca os admirados/ Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,/ Possam dizer que são pera mandados,/ Mais que pera mandar, os Portugueses.» Ora, é precisamente isso que hoje toda a Europa (e não apenas os alemães, franceses, italianos e ingleses) pensa dos portugueses: somos melhores para ser mandados do que para mandar.

Obrigado, meu Capitão!

12 Set, 2016

O pintor morreu

Morreu Mário Silva, um dos maiores pintores portugueses da actualidade e, por sinal, irmão da minha prima Maria do Carmo, casada com o meu primo Carlos Alberto Santana Maia, antigo Bastonário da Ordem dos Médicos, natural de Mouriscas.

Mário SIlva era filho do Professor Doutor Mário Silva, professor de Física da Universidade de Coimbra, discípulo da celebérrima Madame Curie, em Paris, um dos professores expulsos em 1947, por Salazar.

Mário Silva está representado em vários museus, galerias e coleções privadas nacionais, e em museus de arte moderna e contemporânea estrangeiros, como os do Rio de Janeiro, São Paulo, Boston, Anchorage, Amsterdão, Montecatini, Estocolmo.

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«Só há no mundo duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. E, quanto à primeira, eu não tenho assim tanta certeza.»

«Não poderás resolver os problemas que tens hoje pensando da mesma maneira que pensavas quando os provocaste.»

«Nenhuma mente que se abre para uma ideia nova voltará a ter o tamanho original.»

«A mediocridade é invencível porque os medíocres são a maioria.»

«Se não consegues explicar uma coisa de modo simples é porque não entendeste bem a coisa.»

Disraeli repete aqui a conclusão a que Platão também já tinha chegado há muitos milhares de anos: "Um povo digno não carece de leis que lhe digam como agir responsavelmente; ao passo que um povo indigno encontrará sempre maneira de contornar as leis."

E foi também seguindo o mesmo raciocínio e baseado na sua experiência que Tácito chegou a esta conclusão: "Quanto mais corrupta é a República maior é o número das leis."

Portugal, recordo, é o país do mundo com mais leis por m2.

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