Bocage, quão semelhante acho teu fado ao meu
Santana-Maia Leonardo - sócio 694 do Vitória FC
Eis uma forma inteligente de dar carisma ao Vitória. O Vitória precisa urgentemente de referências que façam com que se sinta orgulho de ser vitoriano.
Ser benfiquista ou sportinguista advêm da cultura tão portuguesa do "Maria vai com as outras", "ser do que ganha", "ser do maior". (Se a presunção e o ridículo matassem...)
Ser portista já tem uma vertente diferente: tem a ver com um sentimento fortemente regionalista e bairrista da cidade do Porto.
Ser do V. Guimarães é ter orgulho em ser da cidade fundadora de Portugal. Este é, aliás, um registo muito próximo daquele que um clube como o Vitória devia procurar encontrar.
Com efeito, o Vitória, das duas uma: ou consegue também encontrar um registo próprio, distintivo e mobilizador que seja incompatível com qualquer simpatia por Benfica, Sporting ou Porto ou está condenado a ser aquilo que é hoje, um clube de segundas escolhas. Ou seja, aquele clube cujos sócios desejam que ganhe desde que não jogue com o seu verdadeiro clube.
Ora, clubes deste tipo são, quanto muito, associações recreativas para jogar às cartas e entreter os associados, mas não são verdadeiros clubes de futebol com a mística distintiva que caractetiza hoje as tribos do futebol.