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COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

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"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

Santana-Maia Leonardo - Rede Regional 16-11-2016 e Diário As Beiras 16-11-2016

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Segundo parece, a responsável da Associação dos Psicólogos Católicos terá expressado publicamente a sua opinião, comparando homossexualidade e toxicodependência. Tanto bastou para terem chovido inúmeras queixas na Ordem dos Psicólogos e esta se ter decidido por abrir um inquérito à psicóloga, tendo em conta a falta de cientificidade da opinião.

Não vou aqui discutir o lado científico da opinião até porque, ainda não há muito tempo, Galileu foi atirado para a fogueira por ter dito um disparate ainda maior do que este para os cientistas do seu tempo. Por isso, quanto a certezas científicas, não me sinto abalizado para participar na discussão.

Agora o que eu acho impressionante é a forma como, hoje em dia, o cidadão comum é coagido intelectualmente e perseguido por delito de opinião. Como disse um juiz americano numa célebre sentença, "o direito à liberdade de expressão protege o direito a não ter razão e não o direito a ter." Ou seja, a psicóloga até pode ter dito o maior disparate do mundo mas tem o direito de o poder dizer e o direito de defender a sua opinião por mais disparatada que seja.

Hoje vivemos num autêntico fascismo do politicamente correcto em que idiotas auto-proclamados de sumidades supremas fixam o dogma e uma legião de polícias do pensamento vasculham tudo aquilo que dizemos ou fazemos com o intuito de descobrir algum indício de heresia. E depois admiram-se dos Trumps e das Le Pen, quando são eles os seus pais biológicos. Com efeito, quando as sociedades se tornam intelectualmente fascistas, os extremistas aparecem como libertadores. 

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Quando tomei conhecimento com o PSD abrantino, pude confirmar a opinião que se tinha da secção em Abrantes: era um verdadeiro saco de escorpiões.

Entretanto, os escorpiões afastaram-se e, para minha surpresa, a secção transformou-se num saco de lombrigas, como fiz questão de deixar expresso em artigo publicado no jornal Nova Aliança, como pode ler clicando em: http://amar-abrantes.blogs.sapo.pt/577073.html).

Agora, a fazer fé nas notícias que para aí correm, parece que está transformado num saco de escorpiões cheios de lombrigas.

Para ser franco, não desejo mal aos escorpiões.

Por isso, queria aqui deixar o meu conselho: senhores escorpiões, se sentirem uma grande comichão no traseiro, não caiam na tentação de se coçar com o aguilhão.

Margarida Togtema - Lider da bancada do PSD na Assembleia Municiapl de Abrantes

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Na sequência das declarações feitas pelo Dr. Armando Fernandes ao MédioTejo.net, publicadas na passada segunda-feira, dia 7 do corrente, e na qualidade de visada pelas mesmas, cumpre-me, no exercício do direito de resposta, fazer os esclarecimentos necessários e dizer o seguinte:

Julgo que estas declarações feitas pelo Dr. Armando Fernandes já não surpreendem ninguém. Surgem no registo arrogante a que há muito nos habituou, e que é o de quem se acha no direito de dizer tudo o que lhe passa pela cabeça. Julga que sabe tudo e, pelos vistos, até lê pensamentos. Que atrevimento!!

O que disse sobre a minha pessoa é uma aldrabice e um disparate. Na linguagem gastronómica que lhe é tão cara, eu diria que estamos perante um suculento disparate à Armando Fernandes preparado em forno bem quente e bem regado com fel!

Mas comecemos pelo início: afirma que eu pensava que iria ser candidata (“Margarida Togtema pensou que ia ser candidata pelo partido e quando a panela dos interesses enche deita a água cá para fora.”) Não! Os responsáveis do PSD de Abrantes - nomeadamente, o presidente da Comissão Política local e o presidente da Mesa de Militantes – entenderam que eu deveria ser a candidata do Partido às eleições de 2017 e, ao longo de vários meses, insistiram para que aceitasse.

O facto de gostar muito do que faço a nível profissional e de, nesse âmbito, estar envolvida em projectos que me dão particular satisfação e nos quais tenho responsabilidades muito concretas e significativas, funcionou sempre como inibidor da motivação que um desafio desta natureza pressupõe e requere. Nunca o escondi e, desde o primeiro momento em que fui convidada, que afirmei que sentia que não era altura de o fazer.

Por isso demorei muito tempo a tomar a decisão de aceitar discutir essa possibilidade. O convite, a meio do processo, passou a implicar uma condição com a qual, à partida, não concordava. Entendi, contudo, que deveria deixar passar algum tempo e reflectir melhor sobre a questão.

Quando, ao fim de 7 meses sobre a formulação do convite (no término do prazo limite que me tinha sido dado para apresentar a resposta definitiva) nos sentámos para discutir o assunto, foi-me dito que a condição que tinha sido apresentada era imperativa e, como tal, não negociável.

Respeitando a posição dos responsáveis do Partido, transmiti, nesse momento, a minha indisponibilidade para ser candidata nessas circunstâncias. E tudo ficaria bem e em paz, não fossem as calúnias e as mentiras que, de imediato, foram colocadas na minha boca, atentando contra a minha integridade e dignidade pessoais. Este é um tipo de conduta que me irrita profundamente e que não admito a ninguém, venha de onde vier! Agora, como seria expectável, até dizem que nunca me convidaram, mas que apenas me sondaram. É o vale tudo, mas, como diz o povo, os actos ficam para quem os pratica!

Sou muito directa e frontal, digo o que penso fundamentando sempre as minhas posições, não aceito ser marioneta e detesto manobras de bastidores. Sei que estes traços de carácter incomodam e irritam determinado tipo de pessoas.

Clarificado este ponto, conclui-se que o kit de leitura de pensamentos do Dr. Armando Fernandes está a necessitar de assistência técnica urgente!!

Quanto a retirarem-me a confiança política (“...eu acho que a Comissão Política devia retirar-lhe a confiança política”), só posso dizer uma coisa: sintam-se à vontade! A minha legitimidade como eleita local advém do voto directo dos eleitores. Tenho a consciência tranquila! Nada fiz contra o Partido que, na qualidade de independente, aceitar representar em 2013.

Prezo muito a lealdade e não a confundo com submissão ou aceitação cega dos interesses de alguns. Afirmei, desde o primeiro momento, que integrava a candidatura do PSD para, de forma empenhada, independente e com verdadeiro sentido de serviço defender os interesses do Concelho de Abrantes e dos seus cidadãos. É o que tenho procurado fazer ao longo do mandato.

Não enganei ninguém! O PSD que me quis nas suas listas conheceu, desde o início, qual era a minha posição. Estavam na apresentação da candidatura dirigentes locais, distritais e nacionais do Partido que ouviram a intervenção que fiz nesse contexto e manifestaram o seu agrado com o teor da mesma.

Curiosamente, o Dr. Armando Fernandes não estava lá, como não estavam muitos dos actuais dirigentes locais do PSD.

Por tudo isto, e como é óbvio, não me sentirei minimamente afectada se o PSD local resolver seguir os sábios conselhos do seu militante Dr. Armando Fernandes e retirar-me a confiança política. Mais uma vez, os actos ficam para quem os pratica!!

Em relação ao desejo expresso pelo autor das declarações, a que agora respondo, para que me demita do cargo de deputada municipal, numa atitude de coerência com a “ruptura” com a Comissão Política local que referi e que foi oportunamente divulgada pelos meios de comunicação social, tenho a dizer que não o farei. Lamento desiludi-lo, Dr. Armando Fernandes, mas a minha legitimidade como eleita local advém de sufrágio directo e universal e não da Comissão Política da Secção de Abrantes do PSD. Demitir-me seria defraudar as expectativas e a confiança que em mim foi depositada pelos eleitores. Como já referi, o meu compromisso é – e sempre foi – com os munícipes de Abrantes e, de forma particular, com os que confiaram em mim com o seu voto e que não compreenderiam, com toda a razão, que me demitisse e não cumprisse o mandato que me confiaram, por estar em “ruptura” com a Comissão Política local. Afinal, eu fui sempre leal. O inverso é que não aconteceu!

Assim, e contrariando a douta opinião de quem julga tudo saber, se há coisa que nunca deixei de ser ao longo de todo este processo foi coerente! Como pode alguém que nunca vi numa Assembleia Municipal durante este mandato vir, súbita e obstinadamente, deitar abaixo todo o trabalho que tem sido feito com grande sentido de responsabilidade, seriedade e empenho pela bancada do PSD na Assembleia Municipal? É por ser eu a coordenadora da bancada? Já todos percebemos que o alvo do ataque sou eu. Sou eu que importa destruir, desacreditar e denegrir aos olhos das pessoas. Mas há limites! E chegar ao ponto de atacar a partir de pensamentos que imagina que eu tive é, no mínimo, ridículo, feio e pouco próprio de quem tão sabiamente fala de ética e julga poder dar lições sobre o tema! Na teoria, tudo é fácil... o problema está, por norma, na sua transposição para a prática, para o domínio da acção.

Depois, e em relação à afirmação que faz de que “Tudo isto decorre da escolha do candidato. As pessoas têm ambições e houve uma série de equívocos, entre quem pensou que podia ser candidato e quem efetivamente é” importa dizer o seguinte: fazer crer que o mal-estar que se vive no seio do PSD local decorre da escolha do candidato é uma manobra de diversão que só serve para enganar quem quiser ser enganado. “Mandar areia para os olhos” dos outros é uma prática que também não aprecio. O mal-estar nada tem a ver com a escolha do candidato, ou a pessoa do candidato, mas sim com os processos.

Já se percebeu que o Dr. Armando Fernandes está feliz com o candidato escolhido pelo PSD. E a prová-lo está o facto de até se ter antecipado ao presidente da Comissão Política na divulgação do seu nome. Mas não há necessidade de – com o intuito de desviar a atenção do verdadeiro problema – centrar a questão no nome do candidato.

Uma coisa é certa: o arquitecto Castel-Branco pode sentir-se bafejado pela sorte, pois será o primeiro candidato do PSD, desde há vários anos a esta parte, a estar livre do seu feroz ataque, como aconteceu com o Dr. Santana Maia e, mais recentemente, com a Dra. Elza Vitório. Afinal o dever de lealdade ao Partido e às suas escolhas só se aplica a alguns.

E a terminar este necessário esclarecimento, que já vai longo, deixo aqui um exercício de lógica, a partir da constatação clara e inequívoca da vontade manifesta de atacar e pôr em causa a minha pessoa. Vejamos:

- se o Dr. Armando Fernandes me quer atacar, é porque não gosta de mim;

- se não gosta de mim, é porque reconhece  que nada tenho a ver com ele. (Não partilhamos as mesmas ideias, não temos os mesmos interesses, não nos norteamos pelos mesmos princípios e valores, e não temos formas parecidas de estar na vida)

Na verdade, daquilo que nos é dado observar em múltiplas situações, o Dr. Armando Fernandes gosta de deitar abaixo, de denegrir e de criticar ferozmente sem, contudo, se preocupar em fundamentar e provar a veracidade do que afirma. (A título de exemplo, cite-se a afirmação de que “Margarida Togtema pensou que ia ser candidata...”.  Pergunto: como pode provar esse meu suposto pensamento?!)

Eu, pelo contrário, gosto de construir, gosto de criticar justificando e apresentando alternativas, gosto de valorizar os outros e de contribuir para que descubram e explorem o seu verdadeiro potencial. Talvez por isso tenha escolhido ser professora!

Parece claro que, felizmente, nada temos a ver um com o outro. Por isso, os ataques do Dr. Armando Fernandes contra a minha pessoa, que se adivinham cada vez mais frequentes e de intensidade crescente são para mim verdadeiros elogios e fonte de orgulho e satisfação pessoal. É para mim um prazer não ser elogiada  ou merecer a admiração de tão ilustre crítico.

Resta-me esperar que tal exercício de ataque à minha pessoa contribua para que se sinta melhor e mais feliz. Se assim for, procurarei processá-lo e integrá-lo com espírito de missão, com espírito de serviço ao outro.

Uma coisa é certa: o meu tempo é precioso e tenho muito trabalho e muita gente com quem o gastar de forma útil e construtiva, pelo que, feitos estes necessários esclarecimentos sobre questões e acusações que têm sido levantadas e feitas à minha pessoa, não desperdiçarei mais tempo com disparates e aldrabices.

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Desde os meus tempos de escola que vivia com a curiosidade de conhecer a terra do célebre Bandarra, sapateiro de Trancoso e profeta do Quinto Império. Mas os anos foram-se passando e, só no passado mês de Novembro, a oportunidade surgiu.

Em Trancoso, como não podia deixar de ser, respira-se Bandarra por todo o lado. Na praça do município e em lugar de destaque, lá está a sua incontornável estátua. Foi daí que partimos à procura da igreja onde está sepultado o nosso profeta.

Como a igreja mais próxima se encontrava fechada, perguntámos a dois jovens de 18-20 anos que ali se encontravam se era naquela igreja que estava sepultado o Bandarra. «O Bandarra?!... Nós não conhecemos nenhum Bandarra…» E perante a nossa estupefacção, justificaram-se: «Nós não somos de cá, só aqui andamos a estudar…». A estudar?!... O que será que esta juventude aprenderá de tão interessante na escola de Trancoso para nunca ter ouvido falar do Bandarra?

Mas como o posto da GNR era pegado com a igreja, a minha mãe procurou informar-se ali. A reacção do soldado da GNR de serviço foi idêntica à dos jovens estudantes: «O Bandarra?!... Nunca ouvi falar…» O homem devia estar a gozar connosco. Como é possível, estando Trancoso coberta de placas, estátuas e outras indicações com o nome do Bandarra, um soldado da GNR fazer o turno pela povoação sem nunca ter lido este nome? A não ser que não saiba ler…

Demos meia-volta e, quando nos preparávamos para sair do posto, demos de caras com uma lápide enorme na parede lateral da igreja e de frente para a porta do posto da GNR com um texto que tinha o seguinte título: «Túmulo do Bandarra».

Moral da história: não há pior cego do que aquele que não quer ver.

Novembro de 2007

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Nos anos 60/70, os alunos passavam na escola 19 a 26 horas por semana, repartidas por seis disciplinas no secundário e nove no básico; hoje passam 40 horas (pelo menos), repartidas por uma chusma de disciplinas e de actividades a que se perde o conto. Ora, uma carga horária com este peso pressupõe, obrigatoriamente, a proibição absoluta de qualquer aluno dali sair com algum trabalho de casa para fazer.

Se um director de um serviço não pode obrigar os funcionários públicos a levarem todos os dias trabalho para casa, depois de um dia inteiro de trabalho, com que direito se sobrecarregam crianças e jovens com trabalhos de casa depois de terem passado na escola mais tempo do que os funcionários públicos passam nas repartições?   

E, já agora, por que razão os professores, tendo um horário de 35 horas, apenas leccionam 16 a 22 horas lectivas? Porque precisam de preparar as aulas, corrigir testes, fazer reuniões, etc. etc. Basta aplicar aos alunos o mesmo critério. Uma escola a tempo inteiro pressupõe que todo o trabalho tem de ser realizado na escola; um horário lectivo idêntico ao dos professores pressupõe trabalhos de casa.

Sendo hoje a escola a tempo inteiro, os trabalhos de casa configuram manifestamente um crime de maus tratos a menores muito mais violento, traumático e doloroso do que uma estalada, uma reguada ou uma sova. Crime esse que é infligido reiteradamente e com requintes de malvadez todos os dias nas nossas escolas. No entanto, se o professor der uma estalada num aluno, cai-se lá a polícia, o tribunal e a CPCJ, enquanto se matar o aluno com trabalhos para casa, recebe o aplauso desta geração de idiotas (de que eu infelizmente faço parte) que apenas valoriza o anedótico porque nunca aprendeu o essencial.

Santana-Maia Leonardo Rede Regional de 8-11-2016

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Nelson Évora [1] nasceu na Costa do Marfim e é filho de cabo-verdianos. Deco e Pepe [2] nasceram no Brasil e são filhos de brasileiros. Francis Obikwelu [3] nasceu na Nigéria e é filho de nigerianos.

Se eles sabem ou não o hino nacional, pouco me importa. Agora o que é verdade é que o hino nacional toca mais vezes por causa deles. Sem esta gente, a nossa bandeira passava a maior parte do tempo arreada.

É de gente desta que Portugal precisa. Ou seja, de portugueses de antes quebrar do que torcer, como cantava o poeta.

Só que, como está à vista, se queremos portugueses desta raça, temos de os importar porque cá já não se fabrica disto.

Agosto de 2008

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[1] Campeão mundial (2007) e olímpico (2008) do triplo salto

[2] Futebolistas da selecção nacional

[3] Campeão europeu dos 100m (2002 e 2006) e vice-campeão olímpico (2004)