Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
«Na necessidade se conhecem os amigos.» (Énio)
«Ter muitos amigos é não ter nenhum.» (Aristóteles)
«A única maneira de conseguir um amigo é sê-lo.» (R. Emerson)
«Um amigo é aquele que sabe tudo a nosso respeito e que, apesar disso, ainda gosta de nós». (Frank Hubbard)
«É mais vergonhoso desconfiar-se dos amigos do que ser por eles enganado.» (La Rochefoucauld)
«O amigo de toda a gente só é amigo de si próprio.» (Claude Aveline)
«Foi-nos ordenado que perdoássemos aos nossos inimigos, mas não está escrito em lado algum que devamos perdoar aos nossos amigos.» (Cosme de Médecis)
«Confia naqueles que procuram a verdade mas desconfia daqueles que a encontram.» (André Gide)
Perante todas as evidências, políticos, banqueiros, gestores públicos, dirigentes associativos e clubes de futebol, suspeitos ou acusados de corrupção e crimes afins, assessorados pelos comentadores avençados do regime, pretendem convencer os idiotas de que apenas os tribunais, após trânsito em julgado da sentença que, tal como o Narciso, só ocorrerá quando não for preciso, poderão avaliar a bondade ou maldade das suas condutas ou comportamentos e com base nas leis que eles próprios ou alguém por eles fabricou à sua medida.
Ora, antes de mais, importa esclarecer todos os idiotas (e são muitos) que se encontrarem a sua mulher na cama com o seu melhor amigo, não estão obrigados a continuar a viver com ela e a conviver com o seu amigo, respeitando a presunção de inocência, até o tribunal se pronunciar se foi crime a mulher e o amigo lhe terem posto os palitos.
Com efeito, nem todos os comportamentos e condutas reprováveis são crime pelo que, quer os militantes e dirigentes dos partidos, quer os governantes, quer os sócios e dirigentes dos clubes, da Liga e da FPF, não têm de pactuar, nem estão impedidos de agir contra aqueles que têm comportamentos reprováveis e lesivos do património, da honra e da dignidade das instituições que representam, mantendo-os nos cargos.
Por outro lado, cada um de nós não está obrigado a fazer a avaliação das condutas de quem quer que seja pelo filtro da lei, como se a lei fosse a nossa consciência moral, quando ressalta aos olhos do mais míope que a maioria das leis portuguesas são iníquas.
Qual a diferença entre as leis justas e as leis iníquas? É muito fácil perceber a diferença. As leis justas são aquelas que se aplicam a todos, por igual e na mesma medida, e que todos reconhecem sem necessidade de ler ou consultar. Nem precisavam sequer de estar escritas. As leis iníquas são aquelas que são fabricadas à medida e por medida e que servem para proteger os amigos, perseguir os inimigos e extorquir o máximo de dinheiro a quem trabalha. E Portugal, a fazer fé no que apregoava Tácito, é a pátria das leis iníquas.
Santana-Maia Leonardo - Diário As Beiras de 1-9-2020 e de 8-9-2020