Como todos sabemos, quando existem eleições em Portugal, todas as televisões dos EUA interrompem as suas programações para dar a cobertura exaustiva, diária e em directo das eleições no nosso país. Por altura das eleições portuguesas, nos EUA não se fala de outra coisa durante dias a fio. Até parece a liga portuguesa que é seguida semanalmente nas principais televisões da UE.

Não há duvida de que somos os maiores da nossa rua. Não era já altura de os portugueses descerem à Terra? Ter a noção da sua insignificância é o primeiro passo para começar a construir alguma coisa com alguma importância.

Santana-Maia Leonardo

Não vi, naturalmente, o jogo Paços - Porto, mas é impossível uma pessoa ir a um café, falar com um amigo ou abrir o Facebook sem ter de voltar a ouvir a mesma ladainha com que em Portugal se explica tudo, sem, no entanto, ninguém estar interessado em mudar nada.

Segundo os meus amigos e os cronistas do Facebook devotos das santas igrejas dos meus amigos, parece que, desta vez, o escândalo se voltou a repetir: o jogo terá sido arbitrado por mais um Dragão de Ouro.

Trump é o resultado do programa de revolução cultural levado a cabo pela esquerda pós-moderna, durante os últimos trinta anos, e que assenta num paradoxo: em nome de uma alegada liberdade sem entrave, quer impor, à força, à maioria das pessoas uma mundovisão cultural que é contrária ao que a maioria das pessoas espontaneamente pensa.

Num mundo de cenários e de narrativas, onde tudo é relativo e cada um fabrica, no momento, a verdade que mais lhe convém, é natural que floresçam políticos e dirigentes desportivos com o perfil de Trump.

Portugal é, aliás, o melhor exemplo disso mesmo. Basta olhar para as autarquias e para os clubes desportivos, para não irmos mais longe.