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COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

COLUNA VERTICAL

"A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.." (Aristóteles)

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Durante os últimos vinte anos, assistimos ao encerramento de serviços públicos, centros de saúde, hospitais e suas valências, escolas e tribunais, no interior do país, com o argumento de que um país com 218km de largura não tem interior.  Ou seja, para os lisboetas, em geral, não há necessidade de estar a multiplicar os serviços por esse país fora, se Lisboa está perto de tudo.

E o presidente da câmara de Lisboa é a imagem perfeita do lisboeta. Faz sempre questão de realçar o seu enorme orgulho nas suas raízes alentejanas. E não é um alentejano qualquer. É um alentejano de Beja. No entanto, é presidente da câmara de Lisboa e não da câmara da sua terrinha onde tem as raízes de que tanto se orgulha. Ou seja, é alentejano, mas não é parvo.

E se há algum alentejano de Beja que pensa que Beja ganha alguma coisa por ter na presidência da câmara de Lisboa um alentejano de Beja com muito orgulho nas suas raízes, está completamente enganado.

Só quem não conhecer os portugueses. Ganha tanto como os clubes de Beja e Santarém ganham com a Fundação do S Lisboa B. É, de facto, extraordinário como Lisboa, não contente em canibalizar a esmagadora maioria dos recursos nacionais, ainda consegue inventar fórmulas para seduzir os caciques a ceder-lhe os poucos recursos das autarquias que deviam ser destinados a promover a terra e os clubes locais.

Por alguma razão, os europeus gostam tanto de ter portugueses à frente das instituições europeias. Como todos sabemos por experiência própria, não há como os portugueses para lamber as botas dos poderosos e usar o chicote com os desgraçados que têm o azar de estar sob as suas ordens.

Não é, pois, de estranhar que Carlos Moedas, o alentejano de Beja com muito orgulho nas suas raízes alentejanas, considere que tudo o que fique fora das fronteiras da área metropolitana de Lisboa, ou seja, de Portugal, é muito longe para o que quer que seja.

Resumindo: para os lisboetas, Lisboa só está muito perto de Beja e Portalegre para os residentes de Beja e Portalegre que precisam de algum serviço que esteja sediado em Lisboa. Agora, para quem reside em Lisboa, Beja e Portalegre ficam no fim do mundo e no meio do mato. Deus nos livre!

E, pelos vistos, até a opção Santarém para a construção do novo aeroporto de Lisboa, segundo Carlos Moedas e Galamba, fica longe com’ ó c…

P… que os pariu!

Santana-Maia Leonardo - O Mirante de 30/6/2023

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O Estádio do Jamor é uma obra-prima da arquitectura fascista, mandado construir por Salazar para reforçar o culto da Nação ao centralismo preconizado pelo Estado Novo.

Actualmente, o Estádio do Jamor já não reúne as mínimas condições, quer de segurança, quer de comodidade, quer de dignidade, para receber um jogo de futebol profissional, quanto mais a final da Taça de Portugal, tendo, inclusive, sido deixado de fora dos estádios do Euro 2004, sem que ninguém estranhasse ou se opusesse.

Obrigar dois clubes do norte do país a vir disputar a final da Taça de Portugal ao Estádio do Jamor só faz lembrar as praxes académicas em que os caloiros são obrigados a humilharem-se para demonstrarem a sua submissão ao Duce, ou seja, a Lisboa.

Salazar nunca foi tão visionário como Mussolini. Daí que tenha precisado de esperar 20 anos para perceber a importância da rivalidade Benfica – Sporting para a unidade nacional e a afirmação de Lisboa sobre todo o território nacional, assim como a construção do imponente Estádio Nacional, onde o povo e os clubes prestavam vassalagem ao Estado Novo.

Santana-Maia Leonardo - A Ponte de 26/6/2023

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