REUNIÃO DA CÂMARA DE 16/5/11 (II)
MUSEU IBÉRICO - SUSPENSÃO DO CONCURSO
Proposta dos vereadores eleitos pelo PSD
Vamos transcrever a notícia inserta no jornal «Diário Notícias» do passado dia 13 de Maio com o título «ARTE FALSA CHEGA À CÂMARA DE ABRANTES» e o sub-título «Autarquia vai investir 13 milhões de euros num museu para acolher colecção de peças falsas»:
«A Câmara de Abrantes vai investir 13 milhões de euros num museu para acolher a colecção de arte da Fundação Ernesto Lourenço Estrada, Filhos. O projecto, com impacto arquitectónico na cidade, arrancou em 2007, depois de celebrado um protocolo entre a Fundação e a autarquia. Mas o director do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), Luís Raposo, garante que a colecção contém peças falsas, algumas delas adquiridas a Joaquim Pessoa.
Tal como a colecção de Pessoa, também a colecção da Fundação Estrada se estende pelos períodos pré e proto-históricos. Ambos garantem que as suas peças foram encontradas em território nacional e espelham a riqueza arqueológica do Sudoeste peninsular.
Contudo, as dúvidas apontadas à colecção vendida ao BPN por Joaquim Pessoa são as mesmas que Luís Raposo levanta relativamente às peças da fundação: "Algumas devem ser verdadeiras, embora tenha dúvidas quanto à legalidade da proveniência. Outras são falsas ou de autenticidade muito duvidosa", disse ao DN, sublinhando: "Admito que na colecção Estrada haja uma maior percentagem de peças autênticas do que na colecção do BPN."
Contactada pelo DN, a vereadora da Câmara de Abrantes Isilda Jana admite que o protocolo com a fundação foi o que impulsionou o projecto do novo Museu Ibérico de Arqueologia (MAAI). Quanto à existência de peças falsas na colecção Estrada, admite: "É evidente que existem peças falsas. São cerca de 5000, adquiridas de diversos modos, e existem de certeza falsas. Todos o sabemos. Mas as verdadeiras são muito mais."
O projecto, avaliado em 13 milhões de euros, em parte financiado por fundos públicos, está em marcha. "Contamos lançar o concurso na 2.ª quinzena de Junho", adiantou Isilda Jana.
E justifica-se? Para Luís Raposo, não. "Eu diria que não se gastasse dinheiros públicos nesse tipo de museus, com essas colecções." E explicou: "Como foram solicitados financiamentos públicos para o projecto, foi-nos pedido um parecer. Dissemos que uma parte das peças não era verdadeira, outra era duvidosa e uma terceira parte poderia ser verdadeira, mas púnhamos reservas quanto à legalidade da origem."
Isilda Jana contesta: "Não tenho conhecimento de parecer nenhum do MNA sobre a construção do MIAA. O director do MNA efectivamente não conhece a colecção." João Estrada, presidente da fundação, contactado pelo DN, recusou comentar, frisando que considerações sobre a genuinidade da arte são para especialistas.»
Afinal as preocupações e interrogações que nós aqui humildemente expressámos na reunião do passado dia 3 de Maio de 2010 e pelas quais fomos ofendidos e desconsiderados publicamente, quer pela senhora presidente, quer pelo senhor director da Antena Livre e pelos seus companheiros do programa Radiografia de 5 de Maio de 2010, têm fundadas razões de ser e que são do inteiro conhecimento, quer da senhora presidente da câmara, quer da senhora vereadora Isilda Jana (que, tal como nós já suspeitávamos, nunca chegou a abandonar verdadeiramente as suas funções).
E, face às declarações de Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia, quer a resposta extremamente violenta e agressiva da senhora presidente às questões por nós colocadas e que, pelos vistos, têm inteira justificação, quer a reacção brutal do marido da senhora vereadora durante o referido programa da rádio, quer o pacto de silêncio que existe na Câmara sempre que se toca neste assunto, só podem ter uma leitura e todos sabemos qual é.
Ora, a Câmara não pode lançar o município e o país na aventura da construção de um museu com esta dimensão e estes custos para o erário público apenas para garantir o emprego e as mordomias de quem vive à conta deste projecto.
É caso para recordar Fernando Pessoa: «Basta a quem basta o bastante de lhe bastar».
E o concelho de Abrantes já está cansado de pagar as facturas das ressacas socialistas dos Ofélia, Hotel, RPP Solar, etc. para aceitar agora embarcar numa nova aventura ainda mais arriscada e com o mesmo fim à vista.
Já chega de irresponsabilidade e aventureirismo!
Pelo exposto, vimos apresentar a seguinte proposta de deliberação, requerendo, desde já, o seu agendamento:
(1) suspensão imediata do concurso do Museu Ibérico.
(2) suspensão da colaboração da Dr.ª Isilda Jana, pelas razões expostas na nossa proposta do passado dia 10 de Maio de 2010 e que agora saem claramente reforçadas até das suas próprias declarações ao Diário de Notícias.
Ver DOSSIÊ: CENTRO HISTÓRICO E CIDADE