ESTRANHOS HÁBITOS
Helena Matos - in Público de 21/7/11
Não só não percebo a admiração causada pelo facto de uma universidade ter feito recomendações sobre vestuário aos seus alunos, professores e funcionários como acho muito bem que o tenha feito e espero que este exemplo não só seja seguido por outras instituições como que passe a incluir também observações sobre o falar em público com headphones, mastigando pastilha elástica e usando óculos de sol.
Os jovens vestem-se hoje a rigor para os deixarem entrar numa discoteca ou para irem a uma festa, em muitos casos adoptam o rigorosíssimo e estapafúrdio vestuário académico e se forem à televisão telefonam a meio mundo para saberem como devem ir.
Mas quando chega à escola causa estranheza que se imponha, já nem falo de um uniforme, mas apenas umas normas de um elementar bom senso.
Esta reacção é muito sintomática da presente escala de prioridades que leva a sacralizar tudo o que é lúdico e a tratar como lúdico o que deveria ser sério. Como é o caso da escola.