REUNIÃO DA CÂMARA DE 5/9/11 (II)
JORNAL DE ABRANTES vs JORNAL DE ALFERRAREDE
Proposta de deliberação dos vereadores eleitos pelo PSD
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O Jornal de Alferrarede é um jornal mensal, tal como o Jornal de Abrantes.
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E, como faz referência o seu director no seu último número, o Jornal de Alferrarede «vive dos seus anunciantes, dos seus assinantes, dos seus colaboradores e de muitas boas vontades».
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Até aqui nada de novo, porque, efectivamente, é assim que vão conseguindo sobreviver inúmeros jornais regionais por esse país fora, sendo esta, infelizmente, a única forma de um jornal manter a sua imparcialidade e o director a coluna direita: «(...) não estou preso a nada. O jornal é meu, pago a tempo e bem todos os impostos, não recebo um cêntimo de subsídio do estado português, nem sob a forma de publicidade institucional.» (sic)
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Agora o que não está correcto é a Câmara Municipal de Abrantes financiar, porque é precisamente isso que se trata, o Jornal de Abrantes com um subsídio anual de 8.000,00€, sob a forma de contrato de publicidade, enquanto o Jornal de Alferrarede tem de viver, exclusivamente, «dos seus anunciantes, dos seus assinantes, dos seus colaboradores e de muitas boas vontades».
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Tem, por isso, o director Manuel Martinho inteira razão quando afirma que a Câmara de Abrantes «desconhece as palavras justiça e igualdade».
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Até porque, ao financiar o Jornal de Abrantes com a quantia anual de 8.000,00€, a Câmara de Abrantes está distorcer totalmente a concorrência com os outros jornais concelhios.
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Por isso, o jornal de Abrantes pode ser distribuído gratuitamente e aos milhares e com boa apresentação gráfica, enquanto o Jornal de Alferrarede tem de ter edições limitadas aos seus assinantes e menor qualidade gráfica.
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E esta situação é tanto ou mais chocante quanto é certo que o Jornal de Abrantes só passou a ter este tratamento VIP, a partir do momento em que foi adquirido pelo Grupo Lena, um dos grupos empresariais mais poderosos do país (o tal que o inspector do Ambiente estranhou de «ganhar todos os concursos públicos na Câmara de Abrantes»), e passou a ter como director o ex-vereador do PS e marido da ex-vereadora e presidente local do PS.
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Acresce que, ao contrário do Jornal de Abrantes, o director do Jornal de Alferrarede não tem actividade partidária conhecida, tem uma história de vida ao serviço do jornalismo regional e não é dono de nenhum grande grupo empresarial.
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O vereador Santana Maia já foi director de um jornal regional mensal e sabe bem que 8.000,00€ paga integralmente a edição de um jornal mensal.
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E, tendo em conta as estreitas relações entre este jornal e a Câmara Municipal, há muita gente em Abrantes que duvida se a contratação de uma jornalista pela Câmara não se destina também a ajudar, de forma indirecta, o próprio jornal.
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Até porque o Jornal de Abrantes não é mais do que um "Passos do Concelho" levado ao extremo da propaganda socialista.
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Essa situação ainda se torna mais revoltante, quanto é certo que a Câmara Municipal acaba de aprovar um pacote de sobrecarga fiscal sobre os munícipes e as empresas extremamente duro.
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Ora, os munícipes e as empresas não têm de andar a financiar com os seus impostos propaganda socialista, para mais numa altura em que têm de tirar aos filhos para dar à Câmara.
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Pelo exposto, os vereadores do PSD vêm apresentar a seguinte proposta:
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A Câmara Municipal deverá suspender todos os apoios, directos e indirectos, designadamente os contratos de publicidade, ao Jornal de Abrantes.
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Mais requerem que sejam informados de qual os montantes, devidamente discriminados, pagos pela Câmara Municipal de Abrantes e/ou pelos Serviços Municipalizados:
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- em publicidade ao Jornal de Abrantes e à Rádio Antena Livre entre os meses de Setembro de 2009 a Maio de 2011, assim como todos os subsídios às suas actividades ou eventos;
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- em publicidade ao Jornal de Abrantes no ano de 2008.
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Ver DOSSIÊ III: Direito da Oposição
Ver DOSSIÊ: As Nossas Propostas