22 Jul, 2009
MORTE ANUNCIADA DO HOSPITAL DE DIA
por António Belém Coelho
O tempo foi passando e de quem de direito se esperaria acção concreta, nada; e pela informação que circula, mesmo esta situação de morte lenta do Hospital de Dia, com total indefinição do seu futuro, poderá ter termo já a breve prazo, dentro de dois ou três meses.
Se o fim deste serviço acontecer, tendo os doentes já existentes e aqueles que vierem a surgir, de procurar consulta e tratamento em serviços similares de outras Unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo, ou mesmo noutras unidades, tal acarretará custos e sofrimentos acrescidos para as nossas populações.
Mas este episódio, ao contrário de ser visto isoladamente, deverá ser colocado num contexto de situações que ao longo dos últimos anos tem vindo a acontecer, com Abrantes a perder continuamente serviços diversos e valências daqueles que ainda por cá se mantêm, a favor de outrem.
Todos sabemos como estas coisas funcionam e outra conclusão não poderemos tirar senão a de que efectivamente Abrantes tem perdido importância e peso a nível regional tendo por responsáveis últimos quem tem dirigido o Concelho.
Há que exigir a continuidade do Hospital de Dia em Abrantes, com profissionais suficientes para um correcto funcionamento, em nome não só daqueles que o frequentam, mas no fundo em nome de toda a população do Concelho. Porque a saúde, sobretudo a daqueles mais atingidos e sacrificados pela doença, é sempre um direito, pelo qual todos devemos lutar.
Os Abrantinos prezam-se de ser cordatos e pacíficos de forma geral. Mas chega a altura em que há que dizer basta e dar largas à indignação! E esta pode ser efectivamente a gota de água que faz extravasar o copo; porque a todos no futuro pode atingir sem excepção.