A catástrofe
Vasco Pulido Valente - Público de 24-5-2014
(...) Nenhum partido, à esquerda e à direita, tem a força e clareza de ideias para nos devolver destino.
Sucede que muitos pedem “confiança” ou “prudência”, mas não existe “confiança” ou “prudência”, quando de lado a lado as promessas se tornaram, de facto, em “apostas”, quase sempre insensatas, que por si bastavam para arruinar a República.
O sr. Cavaco Silva devaneia, enquanto vai enfraquecendo e restringindo o seu próprio poder. O primeiro-ministro apura a sua própria personagem para consumo eleitoral. O chefe da oposição anda perdido num pequenos caos de planos, de propostas, de medidas, que perturba toda a gente e não esclarece ninguém. E o cidadão comum, se não desistiu já de se interessar, espera com inquietação que Portugal estoire sem aviso e sem remédio.
Um dia ouviremos na televisão que a desgraça já está em marcha e nesse dia ninguém nos virá salvar.