Assembleia Municipal de Abrantes de 20/2/2015 (I)
CONTRA A DEGRADAÇÃO DAS URGÊNCIAS EM ABRANTES
Moção apresentada pelo deputado municipal do BE
Recentemente, sucederam-se as notícias de caos nas urgências do Hospital de Abrantes.
Em 12 de Janeiro, uma segunda-feira, chegaram a estar paradas 12 ambulâncias, de várias corporações de bombeiros, algumas durante várias horas. As macas em que os doentes tinham sido transportados, não eram libertadas. Havia uma fila de espera de ambulâncias e respectivas tripulações imobilizadas, impedidas de acudir a outras situações, inclusive a outras situações de urgência que pudessem ocorrer.
Nesse dia, dentro das urgências o ambiente era de desespero dos profissionais de saúde que tentavam resolver as situações, muitas vezes sem êxito, devido ao excessivo número de pessoas à espera de serem atendidas.
Não é a primeira vez que esta situação ocorre nas Urgências do Hospital de Abrantes, fruto das sucessivas “reorganizações” do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Actualmente está concentrada neste Hospital a urgência medico-cirúrgica, ao mesmo tempo que as Urgências do Hospital de Torres Novas e Tomar foram esvaziadas. Os utentes são obrigados a maiores deslocações e a maiores tempos de espera. O mesmo acontece com as corporações de bombeiros.
Por vezes, a pressa, a exaustão e a escassez de recursos podem levar a esquecer a necessária humanidade do tratamento de pessoas. E ainda por cima de pessoas doentes, frequentemente de localidades muito longínquas e, portanto, sem família perto.
Existem sérios problemas na prestação de cuidados médicos à população do Médio Tejo e são compreensíveis as preocupações de muitos dos nossos munícipes, receosos de um dia caírem no que já é conhecido pelo “inferno das urgências”, em Abrantes.
Por estas razões, a Assembleia Municipal do Abrantes:
- manifesta a sua grande preocupação pela evidente degradação do atendimento nos hospitais e, em particular, nas Urgências do Hospital de Abrantes;
- exige ao Ministério da Saúde a dotação do Centro Hospitalar do Médio Tejo de todos os recursos necessários para garantir Serviços de Urgência em condições de darem respostas prontas e eficientes, garantindo a segurança e o trato humano dos doentes e a dignidade profissional dos que neles laboram.
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A moção foi rejeitada com os votos contra do PS e do PSD e os votos a favor da CDU e do BE.