Barcelona, o nacionalismo catalão e o franquismo
Santana-Maia Leonardo
“Como não gostar da Catalunha? Como não se render a Barcelona, uma praça-forte do Mediterrâneo tocada pelas luzes da antiga e próspera Europa do norte? Barcelona respira liberdade e harmonia por todos os poros e a Catalunha é a mais civilizada região de Espanha.”
Isto foi escrito hoje no Expresso por Miguel Sousa Tavares e reproduz precisamente aquilo que eu penso e que eu sinto.
Barcelona é a minha cidade: a cidade onde eu me revejo e com a qual me sinto inteiramente identificado.
Por outro lado, o madridismo centralista e franquista representa precisamente aquilo que eu mais rejeito, me incomoda e assusta.
Não sou nem nacionalista, nem um defensor da independência da Catalunha. Pelo contrário, gostaria muito de viver num estado ibérico, o que só não aconteceu precisamente pela arrogância e prepotência centralista de Castela.
E se hoje o nacionalismo catalão, um fenómeno absolutamente reacionário, desajustado ao nosso tempo e ao nosso estádio civilizacional, está a ressurgir, deve-se exclusivamente à forma arrogante, estúpida e prepotente como a direita reacionária e franquista espanhola alimentou e está a lidar com o fenómeno.
Concluindo: o nacionalismo catalão e a extrema-direita franquista são dos dois maiores inimigos de Barcelona. No entanto, isso não seria tão preocupante se não se alimentassem um ao outro.