16 Out, 2015
Bocage
Bocage, meu irmão, quão semelhante
Acho teu fado ao meu quando comparo
O mundo em que viveste, um tempo avaro
Onde a gente corrupta era abundante.
Como tu, vivo triste e emigrante
Numa terra onde nada me foi caro;
Como tu, vivo preso e sinto o faro
Dum destino infeliz e sempre errante.
Às musas do teu Sado, a minha prece
Pra que me dêem garra e inspiração,
Que sempre nos teus versos aparece,
E pra que a minha boa educação
Não me impeça de dar em quem merece
Ou me iniba de usar o palavrão.
Ponte de Sor, 29 de Outubro de 2005