Fixem apenas este nome: Liberdade
Nuno Pacheco - Público de 18-1-2015
(...) A liberdade de expressão é, de facto, uma coisa difícil de suportar por todos os poderes, grandes ou pequenos. Mas o que através dela é dito, ou escrito, ou desenhado, por mais que pareça insultuoso ou desagradável (excluindo os óbvios e explícitos convites ao crime, mas para isso funcionarão leis, tribunais e polícias), devia poder ser integrado na sociedade e regenerado nela.
Por mais incómodos que causem as edições do Charlie Hebdo ou as diatribes racistas e anti-semitas de um tipo como Dieudonné, se as sociedades modernas não souberem lidar com a liberdade de expressão tal como ela é, sem salvaguardas de carácter religioso, político, rácico ou outras, a liberdade de expressão será um embuste. E a democracia idem.
O problema, como já se percebeu, não está na liberdade de expressão, está no fanatismo e na intolerância dos que se sentem de algum modo melindrados com o que outros dizem ou escrevem. Se a cada susceptibilidade, venha ela de onde vier, surgir uma mordaça, estamos conversados.