Malato tem razão
Malato tem razão.
Eu deixei de ser português pela razão precisamente oposta.
Malato nasceu no Alentejo, mas sempre foi um lisboeta e sempre pensou como um lisboeta.
Eu, pelo contrário, nasci em Lisboa, tenho casa em Lisboa, mas sempre fui alentejano.
Malato descobriu agora que é lisboeta e que tem vergonha de ter sido alentejano, por causa do voto em Ventura.
A situação é semelhante à minha, mas ao contrário. Eu já há muito tempo que deixei de ser português e tenho vergonha de ter sido português, quando percebi que Portugal era Lisboa e que, para os lisboetas, incluindo para aqueles que aqui nasceram, o Alentejo é um terreno baldio que apenas serve para eles virem passear o cão ao fim de semana com os seus amigos.
Para os lisboetas, os alentejanos são uma raça sub-humana que é tratada abaixo de cão. Só é pena que ainda haja alentejanos que abanem o rabo, quando cheiram um lisboeta.
Santana-Maia Leonardo