Morte e transfiguração
M, Fátima Bonifácio - Público de 19-4-2014
(...) E se a esquerda amarrar o seu destino ao destino do Estado social tal como o conhecemos actualmente pode começar a encomendar o seu próprio funeral, pelo simples motivo de que a única maneira de conservar o Estado-providência consiste, a prazo, em privatizá-lo, salvo, desejavelmente, um núcleo duro da Saúde que alguém tenha coragem de definir.
O futuro do Estado social reside na sua “morte e transfiguração”.
Genericamente, as decrépitas economias europeias tornaram-se incapazes de gerar excedentes que permitam sustentar, nos moldes actualmente vigentes, a escola pública, a Saúde pública, a Segurança Social e as diversas e dispendiosíssimas prestações sociais destinadas a garantir o que se convencionou chamar “coesão social”.