Não há homilias grátis!
E a comunicação social portuguesa bem merece.
Ao contrário do Estado Novo, que sempre teve de enfrentar uma comunicação social mais irreverente, a comunicação social da democracia portuguesa está tão domesticada que dispensa a censura.
E, então, em tempo de pandemia, ouvir um telejornal ou ler um jornal português é mais reconfortante para os devotos do senhor Presidente e do senhor primeiro-ministro do que ouvir a missa pascal para os crentes.
Ora, se a comunicação social democrática está tão domesticada que vem comer à mão dos poderes vigentes, tal como é ensinado nas escolas do ensino básico da democracia (ou seja, nas autarquias), é forçoso que a mão onde ela vai comer tenha alguma coisa para lhe dar, sob pena de qualquer dia levar uma dentada.
Santana-Maia Leonardo