Obviamente, demita-se!
Os Presidentes da República e os primeiros-ministros são o rosto dos respectivos países para o bem e para mal, seja no Brasil, nos EUA ou em Portugal.
E se Bolsonaro e Trump foram responsabilizados pela forma como geriram a pandemia nos seus países, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa também têm de ser responsabilizados de igual forma, quando Portugal atinge o primeiro lugar dos piores países do mundo.
E para aqueles que gostam de menorizar ou ridicularizar Tino de Rans, há um facto indesmentível: se Tino de Rans fosse Presidente da República, de certeza que não estávamos pior do que o que estamos.
Isto é resultado natural da incompetência com que o Governo e o Presidente da República geriram a pandemia. E não se pode dizer sequer que seja uma excepção. Com efeito, a incompetência, a mentira e a manipulação da informação são a imagem de marca do Governo com a cobertura solene do senhor Presidente da República. Basta recordar a tragédia de Pedrógão, o caso de Tancos, o crime do SEF, a falsificação da informação sobre o Procurador Europeu e apoio do primeiro-ministro a um dos maiores devedores do Novo Banco, que, só por si, justificavam que os respectivos ministros e o primeiro-ministro fossem varridos para o caixote do lixo por um Presidente que quisesse manter a cara lavada.
E agora a tragédia da pandemia é a cereja no topo do bolo da incompetência e da irresponsabilidade generalizada. E não estamos a falar apenas da tragédia dos serviços de saúde, mas da tragédia económica resultante, designadamente, das más decisões do Governo e do Presidente da República no início da pandemia em que esgotaram os recursos que não tínhamos, inadvertidamente e sem ponderação.
É, por isso, preciso muito descaramento e desfaçatez para Marcelo Rebelo de Sousa justificar a sua recandidatura com a pandemia. A péssima gestão da pandemia levada a cabo pelo Governo com o apoio do Presidente da República não devia servir para justificar a sua recandidatura ao cargo, mas, pelo contrário, a sua demissão.
No entanto, Marcelo e Costa podem dormir descansados. Um povo ovelha confia sempre no pastor por muito mau que seja e até no matadouro se conforma com a sua sorte.
Santana-Maia Leonardo