O poder e o povo
Há uma expressão do nosso povo para justificar a permanência dos mesmos no poder que revela muito da nossa conivência com a corrupção e a mentira: "se forem para lá outros, fazem o mesmo."
Ora, aquilo que os outros irão fazer deverá ser julgado no momento próprio. Agora o que se julga numas eleições é aquilo que aqueles que lá estão fizeram.
E se aqueles que lá estão fizeram precisamente o contrário do que prometeram ou têm condutas e comportamentos que põem em causa a sua imparcialidade e independência no desempenho das sua funções, só têm de ser corridos para que a mentira e os comportamentos indignos não sejam premiados.
Com efeito, se o povo premeia, com o seu voto, mentirosos, aldrabões e corruptos, não pode exigir depois que os candidatos não mintam e se comportem como gente séria.
Quem quer gente séria no governo tem de começar por castigar nas urnas os mentirosos, os aldrabões e os corruptos.
Santana-Maia Leonardo