Obrigado, Johan!
Johan Cruyff faleceu no dia 24 de março de 2016, ou seja, há precisamente oito anos.
Para quem gosta de futebol como jogo e espectáculo, ou seja, para além das paixões clubísticas, não pode deixar de estar eternamente agradecido a Johan Cruyff.
Johan Cruijff foi muito mais do que um dos maiores futebolistas mundiais de todos os tempos, ao ponto de se poder dizer que existe um futebol a. C (antes de Cruyff) e um futebol d.C (depois de Cruyff).
O Ajax e a Holanda de Cruyff, a célebre Laranja Mecânica, revolucionaram o futebol, introduzindo o novo conceito do “futebol total”, deixando de haver compartimentos estanques entre defesas, médios e avançados.
Com o Ajax de Cruyff, todos os jogadores passaram a estar envolvidos quer no processo atacante, quer no processo defensivo. Tratava-se de um modelo de jogo revolucionário que privilegiava o futebol-espectáculo e o futebol ofensivo, rompendo com o modelo ultra-defensivo italiano do célebre catenaccio que se tinha imposto na Europa na década de 60 e que ainda hoje tem os seus adeptos.
Cruyff foi sempre um militante convicto do futebol-espectáculo, quer como futebolista, quer como treinador, considerando, inclusive, que era preferível perder jogando ofensivamente e arriscando do que vencer privilegiando os modelos defensivos e o anti-jogo.
E foi precisamente como treinador do Barcelona, o outro clube a que está ligado para a vida eterna, que voltou a pôr em prática as suas ideias e o seu modelo de jogo, lançando as bases que fizeram do Barça a maior e mais temível potência do séc. XXI, um clube que faz do futebol-espectáculo, do processo ofensivo, da recuperação e circulação de bola a sua imagem de marca.
Se hoje sou um adepto incondicional do Barça, devo-o a Johan Cruyff, ideólogo militante do futebol-espectáculo e de La Masia e fundador do Barça de Ronaldinho, Messi, Iniesta, Xavi e Guardiola.
Santana-Maia Leonardo