Onde está a felicidade?
Vasco Pulido Valente - Público de 26-4-2014
(...) O objectivo do “tratado orçamental” está muito claramente em impedir que as dívidas dos países da “União” se tornem pouco a pouco a responsabilidade da Alemanha, que sacudiu a poeira dos sapatos e se afasta quanto pode de uma “Europa” hoje, para ela, incómoda e desnecessária.
Entretanto, a esquerda portuguesa continua agarrada à ideia de que essa moribunda “Europa”, em última análise, nos salvará, no momento em que o sr. Seguro, alçado a primeiro-ministro, for a Berlim com uma corda ao pescoço chorar as suas mágoas. Ou quando os devedores consigam o milagre de impor aos credores as suas condições. Ou ainda, como quer o dr. Soares nos seus momentos de profeta e mestre, que um distúrbio ou uma “revolução” venham livrar o país de Passos Coelho.
Nesse dia, sim, banidos do mundo, seríamos felizes.