Porque não temo um Governo com a CDU
É altura de recordar um texto que escrevi no dia 11 de Outubro de 2015, a seguir às eleições legislativas e muito antes da tomada de posse do actual Governo, conhecido por "Geringonça"
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11 de Outubro de 2015
Ha amigos meus que, sabendo que lutei a vida toda contra os partidos defensores de ideologias totalitárias, designadamente, o PCP, estranham que eu agora não me preocupe muito com o facto ainda que remoto de poderem vir a integrar o Governo.
E na verdade, é-me hoje absolutamente indiferente estar no Governo o PSD ou o PCP e por várias razões:
1) Quem manda em Portugal não é o primeiro-ministro qualquer que ele seja sendo as eleições uma farsa para fazer acreditar o povo de que vivemos numa democracia. As eleições apenas servem para escolher o pau mandado e não quem manda.
2) O grande receio que eu tinha do PCP no Governo era que o PCP aproveitasse para vender sectores estratégicos de Portugal ao Partido Comunista Chinês e ao MPLA. Acontece que isso que eu tanto temia já foi feito por este Governo (leia-se, "Governo PSD-CDS).
3) Temia ainda que o PCP, em vez de aplicar as medidas que vêm no memorando da troika, com vista ao corte estrutural na despesa, optasse por responder com um colossal aumento de impostos. Ora, aquilo que eu temia com a entrada dos comunistas no Governo já foi feito pelo PSD pelo que já não há qualquer razão para temer o PCP no governo.
4) Além disso, o PSD perfilhou uma doutrina que é ainda mais mortal para as democracias liberais e para as sociedades capitalistas do que a professada hoje pelo PCP: o neoliberalismo. Ou seja, a religião do mercado, a doença cancerígena do capitalismo. As sociedades capitalistas conseguem resistir e derrotar o comunismo mas são incapazes de resistir e sobreviver à doença neoliberal.