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"Barcelona respira liberdade e harmonia por todos os poros."
António Belém Coelho
Portugal adormeceu ontem com os resultados das eleições legislativas; dormiu bem, sem dúvida, face às insónias de que padece desde há seis anos; e acordou hoje com todos os benefícios e consequências desses resultados.
O País deparou-se com duas campanhas completamente antagónicas: a do Partido Socialista em que o Eng. Sócrates, interpretando abusivamente a estrutura em que estava integrado, com a bênção dos principais responsáveis, encenou a fábula da cigarra e da formiga, mas sempre do ponto de vista mais fácil, o da cigarra!
E a do Partido Social Democrata, com grande ênfase na formiga, malgrado todas as dificuldades inerentes.
Só que o Povo Português preferiu a fábula original; votou maioritariamente em quem apresentou um programa com medidas difíceis e penalizadoras a curto prazo, mas coerentes e sólidas e sobretudo capazes de a médio prazo serem capazes de fazerem surgir as condições necessárias e suficientes para possibilitarem o crescimento económico.
Que efectivamente é o que importa. E só depois de ser realidade, nos poderemos voltar para o desenvolvimento económico e social que tanto prezamos e defendemos, mas que é perfeitamente inviável sem o primeiro! Só isso!
E convém dizer claramente que o grande arquitecto e coordenador deste programa de governo, sincero, coerente e que não engana ninguém, é um ilustre filho da terra: o Dr. Eduardo Catroga. Que se por acaso fosse um elemento da chamada esquerda política, como aconteceu a muitos outros com bem menos merecimentos, já teria certamente por cá uma série de prebendas que na verdade nada acrescentariam ao seu valor, que é muito, mas que aos olhos dos compagnons de route habituais o elevariam a outros patamares.
Mas o facto indesmentível é que o País votou laranja em termos maioritários; em quase todos os distritos do continente e nas regiões autónomas, o PSD venceu. Excepção a Setúbal, Beja e Évora em que, não vencendo, a progressão foi evidente e a vitória discutida pouco a menos que taco a taco.
No nosso distrito a vitória do PSD foi clara; 5 deputados contra 3 do PS, 1 do CDS e 1 da CDU.
No Médio Tejo, unidade territorial a que pertencemos, o mapa laranja só é quebrado por Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha.
Ou seja, em termos de municípios de média dimensão, Abrantes foi o único em contra-ciclo, preferindo votar de forma contrária à sua região, ao seu distrito, ao seu país! Enfim, cada um poderá concluir aquilo que muito bem entender!
Mas enquanto que o País preferiu a seriedade, mesmo que dolorosa, à mentira, por mais doce que seja, enquanto que o país preferiu assentar os pés no chão, encarar a realidade dura, em vez de acreditar num país imaginário cor de rosa que nos queriam impingir à viva força, Abrantes fez exactamente o contrário!
É certamente uma opção tão legítima e responsável como qualquer outra; mas que a mim, Abrantino desde sempre, me causa preocupação. Mas o facto é que a teia continua a prender muito boa gente, embora desta vez os fios tenham ficado de sobremaneira frágeis.
Mas certamente que a estrutura concelhia do PSD já terá tirado as devidas ilações, quer em termos tácticos e estratégicos; se o não fizer, mal irão as coisas.
Lembremo-nos que em concelhos como Benavente, Golegã, Cartaxo, etc, o PSD ganhou; em Ourém, cuja autarquia é PS, o PSD obteve mais de 61% dos votos! Fica a interrogação: o que se passa em Abrantes? Onde efectivamente a oposição (e não sou eu que o digo, basta consultar os meios de comunicação social e muitos blogs) é das mais activas.
Mas viremo-nos para o futuro: esperemos que o PS, agora na oposição, tenha tomado boa nota das palavras de despedida do seu líder, ou seja, se paute por um comportamento responsável e que sobretudo saiba respeitar e honrar o que assinou, sem subterfúgios nem qualquer tipo de reserva mental.
Só assim poderá continuar a servir o País e constituir-se como alternativa válida para o futuro!
Mas o facto de nesta legislatura terem assento na sua bancada muitas figuras da sua dita ala esquerda, poderá dar-lhe a tentação de renegar o acordo e tentar renegociá-lo na rua! Nada de mais errado. Seria o hara-kiri absoluto!
Mas estou certo que o PS, na sua tradição democrática e sem renegar a sua matriz ideológica, saberá escolher uma liderança que conjugue essa mesma tradição com os compromissos por si assinados e com os superiores interesses do país. Os líderes passam, as instituições ficam! Quem não perceber isso, fica fora do comboio do futuro. Que não é de todo um qualquer TGV!
Termino reconhecendo que nos esperam tempos e medidas difíceis; sem as quais poucas esperanças de futuro poderíamos ter. Vai doer, mas é como a injecção que devemos suportar para conseguirmos de novo um estado de saúde sempre relativa, que a realidade não pára! Apenas muda e cabe-nos a nós adaptarmo-nos o melhor possível!
E convém não matar o mensageiro (neste caso o médico), mas sim fazer todos os possíveis para que o tratamento possa dar resultado. Não há verdadeiramente alternativa!
Santana-Maia Leonardo - in Nova Aliança
O slogan do PSD das últimas legislativas é enganador porque transmite a falsa ideia de que a hora de mudar era agora, quando, na verdade, agora só vamos mudar pela força das circunstâncias e com grande dose de sofrimento, em virtude de não termos mudado quando devíamos, ou seja, há muito tempo.
Em boa verdade, nós, nestas eleições, não elegemos um primeiro-ministro, mas tão-só o administrador da insolvência. Ninguém espere, pois, que o pesadelo tenha passado apenas por termos afastado da gestão do país esse administrador incompetente e irresponsável que foi José Sócrates. Não, meus queridos amigos, agora vamos ter de percorrer um longo e doloroso caminho para pagar as dívidas da sua gestão absolutamente irresponsável e ruinosa.
Passos Coelho tem, no entanto, uma qualidade e um mérito que me transmitem alguma confiança.
Quanto à qualidade, o facto de não ter qualquer experiência governativa. Com efeito, tendo todos os políticos portugueses com experiência governativa nos últimos 20 anos contribuído decisivamente para a destruição da economia, da educação e da justiça, não via como alguém poderia merecer o voto dos portugueses com uma nódoa dessas no currículo.
Quanto ao mérito, o facto de ter tido a coragem de apresentar não só um programa eleitoral (o PSD foi o único partido a fazê-lo) como também um programa que rompe com toda a tradição de indefinição política que tem caracterizado a política portuguesa e o próprio PSD. Com efeito, o programa eleitoral do PSD assume-se declaradamente como um programa de direita moderada liberal, demarcando-se totalmente da matriz social-democrata e, consequentemente, daquela zona de águas turvas, denominada Bloco Central, onde muitos militantes do PSD gostam de navegar. E isto revela uma grande coragem, para mais num tempo em que a esquerda tem acenado sistematicamente com o papão do neoliberalismo, à semelhança do que fazia Salazar com o papão do comunismo.
Ou seja, o tempo em que PSD e PS se reclamavam da social-democracia, o tempo do discurso, que também chegámos a ouvir aqui em Abrantes, de que "o programa que o PS executa é o do PSD, mas nós somos mais competentes do que eles", acabou. O PSD de Passos Coelho não tem nada a ver com o PS, nem com a social-democracia, ocupando hoje um espaço ideológico completamente diferente.
Esta redefinição do espaço político português era uma reforma urgente e que carecia de ser feita. Ao apresentar este programa eleitoral e, com ele, conseguir vencer as eleições, Passos Coelho concretizou a primeira grande reforma estrutural da política portuguesa.
Pedro Marques Lopes - In Diário de Notícias de 15/5/11
O muito aguardado programa do PSD é muito mais que uma simples e habitual enunciação de um conjunto de propostas avulsas desenquadradas ideologicamente e com objectivos eleitorais imediatos. Concorde-se ou não com as suas linhas essenciais, o documento mostra de forma cabal o caminho que os sociais-democratas querem percorrer, e redefine o panorama político-partidário português. (...)
Passos Coelho, na sequência do projecto de revisão constitucional, separa as águas e quase funda, nos seus traços fundamentais, um novo partido. Recusa o discurso centrista, em que quase sempre o PS e o PSD navegavam, e que desaguava invariavelmente no nosso conhecido "as ideias são as mesmas, mas nós somos mais competentes". Abandona qualquer tipo de concessão ao centro-esquerda e não receia propor, pela primeira vez na história do PSD, uma solução liberal para a resolução dos problemas endémicos da sociedade portuguesa.
Menos Estado na economia, na educação, na saúde e nos media. Mais iniciativa privada e mais liberdade de escolha para os cidadãos. Um vasto programa de privatizações, uma reforma (tímida, infelizmente) no sistema político, flexibilização da legislação laboral, diminuição no número de funcionários públicos e afins. Pena foi que na justiça, que é urgente reformar de alto a baixo, as propostas tenham sido tão fracas e até perpetuadoras do actual estado de coisas.
O PSD deixa de ser um partido "apanha todos" para se transformar num movimento com uma matriz ideológica bem definida. Chamar agora ao PSD social-democrata só se justificará por razões históricas.
Santana-Maia Leonardo - in Nova Aliança
José Sócrates fez, em Barcelos, uma declaração pública absolutamente assassina para a credibilidade da nossa Constituição.
E o que disse José Sócrates?
Que, em relação à saúde, existem duas visões completamente diferentes: a do PS, que defende a melhoria do SNS, e a do PSD, que representa um recuo. E é precisamente por que recusa a visão “retrógrada” do PSD, em relação ao SNS, que é contra a revisão constitucional proposta por Passos Coelho.
Ora, é absolutamente legítimo e natural que José Sócrates, o PCP e o BE defendam a visão socialista do SNS e critiquem a visão “retrógrada” do PSD.
Agora o que já não é legítimo e natural é a Constituição de um país da União Europeia, que deveria defender os princípios de uma sociedade livre, pluralista e democrática, reflectir e amarrar todos os partidos, inclusive os que não se revêem no socialismo, à visão socialista, como decorre claramente desta declaração de José Sócrates.
Abrantes não tem tido muita sorte com os líderes do PSD.
Nem com os líderes nacionais, nem com os líderes distritais.
Pode ser que agora a sorte mude.
Já não era sem tempo...
Veremos, como diz o mestre Zen.
Santana-Maia Leonardo
28 Fevereiro 2009
Programa da Visita
Hora
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Local
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Tema
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11H00
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Fontes – Miradouro
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Visita
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12H00
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Aldeia do Mato – Parque Náutico
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Visita e
Conferência de Imprensa
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12H45 – 14H00
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Carvalhal
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Almoço
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14H15
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Souto – Sede da Junta
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Recepção
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14H30
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Início da Palestra
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15H45
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Fim da Palestra
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Hora
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Orador
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Tema
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14H30
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Diogo Valentim
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Boas Vindas
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14H35
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Gonçalo Oliveira
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Balanço da visita
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14H40
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Miguel Relvas
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14H45
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Santana-Maia
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Propostas programáticas
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15H00
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Pedro Passos Coelho
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Turismo e Ruralidade
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15H30
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Público
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Questões
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